quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Up In The Air - Trailer
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Top 10 - Melhores filmes lançados no Brasil em 2008
01. Sangue Negro, de Paul Thomas Anderson

02. Batman - O Cavaleiro das Trevas , de Christopher Nolan


05. Na Natureza Selvagem, de Sean Penn

06. Senhores do Crime, de David Cronenberg

07. O Escafandro e a Borboleta , de Julian Schnabel

08. Onde os Fracos Não Têm Vez, de Ethan Coen e Joel Coen

09. O Nevoeiro, de Frank Darabont

10. Conduta de Risco, de Tony Gilroy

Menções Honrosas:
- Desejo e Reparação, de Joe Wright

- Apenas uma Vez, de John Carney

- 4 meses, 3 semanas e 2 dias , de Cristian Mungiu

- Vicky Cristina Barcelona, de Woody Allen

- Persépolis, de Vincent Parannoud e Marjane Satrapi

- O Gângster , de Ridley Scott

- Queime Depois de Ler, de Ethan Coen e Joel Coen

Eduardo Vasconcelos
Vinte anos esta noite
sábado, 7 de novembro de 2009
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Dieu est un fumeur de Havanes
sábado, 24 de outubro de 2009
Noites Brancas
Na Mira da Morte

sexta-feira, 23 de outubro de 2009
O caso Maitê Proença
Por João Pereira Coutinho
Acordo com telefonema de amigo indignado. Verdade. Tenho amigos indignados, mas prometo resolver o assunto em breve. "Viste o vídeo da Maitê Proença?", perguntou ele, como se a Alemanha nazista tivesse invadido a Polônia novamente.
Esfreguei os olhos, despedi-me do sono e procurei na memória o nome "Proença, Maitê". Após alguns segundos de esforço, encontrei um velho arquivo da minha adolescência. E respondi: "Mas que vídeo, rapaz?"
Ele explicou. A atriz Maitê Proença esteve em Portugal em 2007. Gravou um vídeo para o programa "Saia Justa", da Globo GNT. No vídeo, Maitê passeia pela terrinha e goza (no sentido português do termo) com a burrice dos lusitanos.
Os lusitanos não gostaram do vídeo. Lançaram petições na internet. Exigiram pedidos de desculpas, como se o Palácio do Planalto tivesse bombardeado o mosteiro dos Jerónimos.
Maitê entrou no baile e pediu desculpas: ela ama Portugal, ela ama os portugueses, ela jamais pensou em ofendê-los, e bla bla bla. De nada serviu. Os jornais e as televisões fizeram render o peixe e existem cartazes com o rosto de Maitê pela cidade de Lisboa, como no antigo faroeste. Invento, claro, mas vocês percebem a idéia.
E o vídeo? Acabei por assistir ao dito cujo, ainda em pijama, e pasmei com a insignificância do mesmo. Insultuoso? O único crime de Maitê Proença foi a sua incapacidade para produzir humor: com a exceção do momento em que a atriz brinca com o número de uma porta pregado ao contrário, o resto é infantil e entediante. Pena. Sempre gostei de piadas de portugueses. Dizem que nas piadas existe um fundo de ternura, ou de rebeldia: a atitude própria de um adolescente perante os avós conservadores e atávicos. Talvez.
Mas gosto das piadas de portugueses porque elas transportam, Deus me perdoe, um eco de verdade. Eu sei. Eu faço parte da espécie. Eu convivo diariamente com ela: com o atraso, a mesquinhez, a inveja. O provincianismo. E não existe português vivo que não tenha com Portugal essa mesma relação obsessiva, feita de crítica, sarcasmo e autofagia.
Eis o problema: se o vídeo tivesse sido feito por um português, os outros portugueses aplaudiriam. Bater na pátria é mais do que hábito; é a nossa identidade cultural.
Acontece que o vídeo foi feito por uma estrangeira. Pior: por uma brasileira. Um pormenor que altera o quadro. Duplamente. Primeiro, porque mexe com os seculares complexos de inferioridade dos portugueses: o brasileiro, como diria o Eça, pode ser um português dilatado pelo calor. Mas o Brasil é também um Portugal dilatado pela diversidade, pela riqueza e pelo gigantismo. Portugal em ponto grande. E com futuro.
Mas existe um segunda explicação para o ódio público: o vídeo de Maitê Proença foi apenas um pretexto, e um bom pretexto, para que o português típico pudesse descarregar os seus preconceitos típicos sobre os brasileiros. Esses preconceitos existem na sociedade portuguesa. E com a vaga recente de imigração brasileira mais pobre, pioraram e azedaram. Não vale a pena revisitar o cardápio de pensamentos funestos. Basta caminhar por Lisboa. Olhar. Escutar. As piadas sobre portugueses ainda têm piada. A xenofobia dos portugueses sobre os brasileiros não tem piada alguma.
Antes de assinarem petições ou pedirem a cabeça de uma atriz de novelas, os portugueses indignados deveriam perguntar seriamente quando foi a última vez que trataram um brasileiro como "ladrão" e uma brasileira como "prostituta". Tenho a certeza que a indignação passa depressa.
Alexandre Rios.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Palavras para as vésperas
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Uma loura por um milhão




terça-feira, 20 de outubro de 2009
Os desejos ocultos dos donos da terra

domingo, 18 de outubro de 2009
The Maranhão Herald - O diário maranhense

Retirado do site da Piauí - a revista mais criativa do país!


sexta-feira, 16 de outubro de 2009
O Bandido da Luz Vermelha
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Profissão: Repórter

Por Guilherme Vasconcelos.
Profissão:Repórter inicia-se na África e gira em torno de David Locke, um repórter de uma emissora inglesa encarregado de produzir um documentário sobre a guerrilha do Tchad. Insatisfeito, cansado e frustrado com a mediocridade de sua vida e de sua profissão – um mero observador passivo dos acontecimentos, um homem sempre testemunha e nunca protagonista e com a obrigação utópica de relatar tudo o que presencia com a máxima objetividade – Locke aproveita a morte de seu vizinho de hotel para trocar de identidade e tentar viver uma nova vida, mais livre e excitante do que a anterior.
David Locke, um trocadilho com a palavra lock em inglês para definir “um homem habituado a controlar suas próprias emoções, uma pessoa dificilmente impressionável”, é o repórter que deseja sair da normalidade, que quer participar dos acontecimentos do mundo e não apenas registrá-los, relatá-los e, em um curto espaço de tempo, jogá-los fora (a efemeridade inerente à prática jornalística). Segundo as palavras do próprio diretor do filme, Michelangelo Antonioni, “David Locke, o repórter que muda de identidade, nasceu do desejo de sair para o deserto, para a selva, para onde for possível imaginar uma existência livre e pessoal”.
Profissão: Repórter termina com um longo plano-sequência que dura aproximadamente dez minutos e exigiu onze dias e muito trabalho para ficar pronto. O plano começa quando Locke (Jack Nicholson), agora sob a identidade de Robertson, e sua namorada (Maria Schneider) estão em um quarto de hotel conversando. O quarto, cuja janela é protegida por espessas barras de ferro e dá para uma praça do lado de fora, localiza-se no andar térreo do hotel. Locke fica sozinho, deita-se, acende um cigarro e, lentamente – principalmente para os padrões atuais do cinema hollywoodiano, que incorporou em larga escala a rapidez abrupta da estética dos videoclipes – a câmera percorre o ambiente em direção à janela, atravessa as grades, observa o movimento da praça e do hotel do lado de fora e, por último, retorna à janela, onde se vê a entrada do dono do hotel e de policiais no quarto e logo se percebe que Locke está morto.
Essa triunfal seqüência derradeira tem seu sentido gerado a partir da não-fragmentação do tempo e do espaço e da articulação dos elementos da linguagem cinematográfica. A câmera que foge vagarosamente pela janela é a metáfora da vida do protagonista se esvaindo. Um protagonista que está na cena, mas que não interfere nela, que está no mundo, mas que apenas o observa sem agir. Imprescindível também para a produção de sentidos e para situar o espectador nessa sequência final é a utilização do som e dos ruídos. O som se torna informação essencial, é ele que faz o espectador imaginar o que acontece no quarto enquanto a câmera metaforiza a morte de Locke. É através da associação entre a movimentação apressada dentro e fora do hotel e os ruídos provenientes do quarto que se percebe o que ocorre fora do campo visual.
A segunda morte de Locke – ele já havia morrido na África quando se transformou em Robertson – se assemelha bastante com a fábula do cego que ele próprio havia contado pouco antes: logo depois de recuperar a visão, o cego se suicida diante da violência e da impossibilidade de compreender o mundo
Profissão: Repórter, caracterizado pelo ritmo lento, pelos longos planos e pela desdramatização narrativa – o que se vê aqui é, na verdade, uma anti-narrativa, uma vez que o filme não atinge um clímax propriamente dito e em nenhum momento suscita expectativa e ansiedade no espectador – é a história de um homem que nega a sua profissão e sua vida porque frustrado com a impossibilidade de agir diante dos problemas do mundo. O motivo que leva Locke à África – documentar a guerrilha do Tchad – é tão-somente um pano de fundo para discutir e desenvolver o personagem. Profissão: Repórter trata, sobretudo, da dificuldade de estar em um mundo opressor e de compreendê-lo e modificá-lo. Antonioni filma com excelência essa angústia humana.
Alexandre Rios.
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Bones - The Killers
we're gonna look at the stars
We took a back road in my car
Down to the ocean,
it's only water and sand
And in the ocean, we'll hold hands
But I don't really like you
Apologetic and dressed in the best
but on a heartbeat glide
Without an answer, the thunder speaks from the sky
And on the cold, wet dirt I cry
And on the cold, wet dirt I cry
Don't you wanna come with me?
Don't you wanna feel my bones on your bones?
It's only natural
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Bastardos Inglórios

Não faltam filmes sobre as desgraças que os judeus passaram nas mãos dos nazistas. Na verdade, são tantos filmes que poderiam até entrar num subgênero específico do cinema, já bastante premiado, diga-se de passagem. Mas há quem considere o tema bastante desgastado e que raramente tem acrescentado algo realmente novo - e em relação a isso eu assino embaixo. Até que surge Quentin Tarantino e nos apresenta uma obra completamente diferente – já que temos aqui um produto fictício que passa bem longe do que ocorreu na Segunda Grande Guerra – que confirma o diretor americano como um dos mais importantes realizadores das duas últimas décadas na cinematografia mundial.
O roteiro de Bastardos Inglórios começou a ser feito no início da carreira de Tarantino, que os críticos em geral consideram como seu ápice criativo – daí vieram seus dois filmes mais importantes, Cães de Aluguel e Pulp Fiction. Finalmente, dez anos depois, surge uma verdadeira obra-prima, já aclamada em todo o mundo como um dos grandes filmes desta década. Aqui, um grupo de judeus americanos, conhecidos como “Os Bastardos” e liderados pelo Tenente Aldo Raine (Brad Pitt) persegue e dá uma lição aos nazistas como nunca antes vista; uma sobrevivente de um massacre Shosanna Dreyfus (a maravilhosa e surpreendente Mélanie Laurent) espera o momento da vingança contra todo o sistema nazista e, mais particularmente, contra o assassino da sua família, o Coronel Hans Landa (Christoph Waltz). Quando um grupo liderado pela atriz alemã Bridget von Hammersmark (Diane Kruger) associa-se aos “Bastardos” para eliminar o alto escalão nazista na França ocupada, as histórias e personagens se encontram, todos convergem em um cinema onde uma história alternativa será escrita pelas mãos habilidosas e mente criativa do diretor estadunidense.
As atuações estão realmente ótimas, a destacar o alemão Christoph Waltz. O ator dá força a um personagem frio, calculista, sarcástico, cruel e muitíssimo inteligente. Hans Landa dá medo, um verdadeiro caçador de judeus – como ele mesmo afirma, diferencia-se dos outros colegas ao se colocar na mente dos ratos fugitivos e naturalmente repugnantes que são os judeus – e Quentin Tarantino utiliza de todas as formas para mostrar a imponência do alemão, principalmente ao maximizar os sons produzidos ao comer e beber.
E o astro Brad Pitt, “no auge da sua iconicidade” como bem disse Quentin Tarantino, mostra mais uma vez que procura escolher os melhores papeis para a sua carreira – um ator bem acima da média e que, como provaram os números de bilheterias, é um belo atrativo para o público. Ao ser indagado sobre do que se tratava Bastardos Inglórios, Pitt definiu o filme com maestria e melhor do que qualquer outra crítica que eu tenho lido por aí: "Inglorious Basterds" é um Tarantino de primeira ordem, porque nada ali é real ou pretende ser real. É como uma alegoria às avessas: em vez de fazer da resistência ao nazismo uma fábula ou um exemplo edificante para a humanidade, Quentin se vinga dos nazistas numa espécie de filme de propaganda para um público que não existiu nem nunca existirá. É uma fantasia de propaganda, vamos dizer assim, porque ele usa dos mesmos métodos que Joseph Goebbels usou em seus filmes. O resultado é comédia total. Quentin bastardiza a história.
Alexandre Rios.