segunda-feira, 27 de julho de 2009

Economia Brasileira

O Brasil possui uma das maiores caras tributária do mundo. Isso é praxe. Contudo, a forma como isso afeta a macroeconomia e, principalmente, o consumidor ainda é pouco discutido. Segue abaixo um vídeo explicitando certos aspectos da nossa política tributária e as influências negativas sobre o desenvolvimento brasileiro.



Lucas Caires

Os Simpsons - Paródia de Indiana Jones e Os Caçadores da Arca Perdida

Aí embaixo vai uma paródia genial dos Simpsons para o começo de "Indiana Jones e Os Caçadores da Arca Perdida". O título do episódio é "Os Amigos de Bart Se Apaixonam" (Bart's Friend Falls in Love); é o episódio 23 da terceira temporada (eu estou assistindo a todas as temporadas em dvd, desde a primeira).

Já vi várias referências do desenho para outros filmes clássicos, tais como "O Poderoso Chefão", "Psicose" (outra paródia muito boa, se eu encontrar o video na internet posto aqui depois), "Os Pássaros", "O Exterminador do Futuro", "...E O Vento Levou", etc (aqui uma lista com várias referências: http://www.totalfilm.com/features/the-50-greatest-simpsons-movie-references), mas essa de Indiana Jones é insuperável. É por essas e outras que Os Simpsons é um dos melhores seriados de todos os tempos.




Eduardo Vasconcelos.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Excelsa loucura

Talvez o que eu quero com esse texto é fazer um desabafo, ou talvez apenas tentar me explicar. Nem eu sei bem ao certo. Estou em um momento em que várias convicções que eu tinha estão caindo, o que seria excelente, pois convicções são pesos a mais em uma jornada rumo à “sabedoria”, entretanto não deixam de ser perdas que incomodam, já que estamos tão acostumados a elas. Mas vamos logo ao ponto. Até recentemente, eu acreditava que transformações exteriores seriam a fórmula para a solução dos problemas da humanidade, ou seja, eu acreditava que mudanças significativas na forma em que está organizada nossa sociedade seriam suficientes. Por exemplo, um presidente com uma ideologia diferente, um sistema sócio-econômico mais “justo”, um incentivo maior ao esporte e à arte, e por aí vai. A meu ver, esse era o caminho. Contudo, eu não tinha em mente, de forma clara e madura, a idéia de que a humanidade já passou por todos, ou quase todos, os sistemas e estados imagináveis, já fomos nômades, civilizados, comunistas, capitalistas, impérios, aldeias, primitivos, avançados... Já construímos civilizações que eram pura Arte, outras totalmente voltadas para as guerras, ou para o comércio. Passamos por incontáveis situações, já tivemos inúmeras revoluções com o objetivo de evoluirmos, e, do ponto de vista tecnológico, estamos no caminho certo, não há como negar. Entretanto, sempre existiu o que Schopenhauer e a filosofia oriental denominam de “sofrimento”, em todos esses estados, em todos os patamares da evolução tecnológica humana existiu o sofrimento. A miséria, a fome, a ganância, a inveja, a alienação, a insensibilidade, as guerras, a ignorância, o apego, o egoísmo, a insensatez, a negligência, a injustiça e o culpado, tudo isso sempre existiu, e isso tudo é o que nos deixam imersos no sofrimento e na ilusão de que estamos evoluindo. Encontramo-nos em uma sociedade detentora de várias contradições e que insulta qualquer mente que tenha um mínimo de percepção. E mesmo assim, a maioria das pessoas, para não dizer todas, se deixa levar por essa corrente de superficialidade. Assim, ao acreditarem que estão no caminho certo, reúnem esperanças de um futuro próspero e justo, mobilizam-se em movimentos políticos e apegam-se a ideologias e falsas religiões, aceitando autoridades desnecessárias. Talvez, os habitantes da antiga Mesopotâmia tinham essa mesma postura e esperança há mais de 4000 mil anos atrás. Portanto, eu acredito que só loucos seriam considerados normais em um mundo como esse – conclusão que eu faço após ler o livro O Elogio da Loucura, de Erasmo de Roterdã, escrito há 500 anos. Ou seja, só um louco suportaria viver rodeado por situações nefastas, apreciar apenas prazeres transitórios pelo resto da vida, sendo refém do desejo, e não ter consciência alguma do seu estado lamentável de sofrimento, acreditando ingenuamente na felicidade. Eu não me coloco fora do grupo dos “normais”, eu estou nele, nós estamos nele. Ao nascermos, infelizmente somos sujeitos a esse determinismo milenar, no sentido contrário à lucidez. Por fim, mesmo após milênios de existência e suposta evolução, ainda compactuamos com comportamentos animais. Estamos no caminho errado, isso é irrefutável. Mas eu termino humildemente, suplicando à chamada loucura que continue a nos fazer dormir como anjinhos e, quando acordamos, espero que não nos façam lembrar dos pesadelos intermináveis que tivemos.
Marcos O. C. Alves.

Big Brother Sarney


Os novos escândalos (eles são incontáveis) envolvendo a família Sarney são uma aula magna sobre o estado putrefato da política brasileira. Mesmo que não levem ninguém à prisão, serão para futuros pesquisadores de nosso atraso uma luz no bueiro em que nos encontramos politicamente.

Os diálogos captados pela Polícia Federal são impagáveis, reveladores. Três gerações de Sarney tramando, entre outras coisas, a nomeação do namorado da neta do patriarca, sim, o namorado da neta, para cargo no Senado. Um verdadeiro Big Brother Sarney do que há de pior no Brasil.

Não que os fatos sejam novidade. Quem não sabe quem eles são? Mas agora, além das recorrentes denúncias estampadas nos jornais, podemos ouvir diálogos da família na internet. E o calor da voz humana vale mil palavras escritas.

Ouvindo Maria Beatriz (Bia), ao mesmo tempo meiga e tenaz, negociando com o pai o cargo que antes era de seu irmão entende-se em poucos minutos como raciocina e opera a elite política do país.

A novidade é a emoção, o retrato íntimo que o grampo revela. Ouça! É bem melhor do que essa coluna. Ninguém nem quer saber o que faz ou quem é o tal namorado da neta do presidente do Senado, poucos dias depois nomeado assessor parlamentar 3 (R$ 2.700/mês). Por ato secreto, claro.

José Sarney, Napoleão maranhense, exilou-se em sua ilha de Curupu, esperando a tempestade passar, como passou em tantas e todas as vezes. Lula quer segurá-lo na importante cadeira e o prestigia sempre que pode. O presidente do Senado será imprescindível para esvaziar a CPI da Petrobras, ela mesma, orgulho nacional, mais uma vez enlameada pelos políticos que a exploram.

Em 1936, Sérgio Buarque de Holanda já escrevia: "A democracia foi sempre no Brasil um lamentável mal-entendido. Uma aristocracia rural e semifeudal importou-a e tratou de acomodá-la aos seus direitos e privilégios".

Isso porque, como dizia o mesmo mestre, nosso convívio é ditado por uma ética de fundo emotivo, onde a si, aos amigos e aos parentes tudo é permitido, tolerado, mesmo o que para outros é imoral e ilegal.

A aristocracia rural foi substituída por uma aristocracia política ligada umbilicalmente a grandes grupos empresariais desde sua eleição via o assumidíssimo caixa 2 das campanhas. Essa aristocracia política tem como único fim sugar o máximo de recursos para seus grupos organizados. E só. O BBB sarneyzista impressiona e choca pela capilaridade, naturalidade e capacidade de seu grupo organizado dominar os aparelhos estatais.

O fato de Sarney não só seguir presidente do Senado, como manter seus homens comandando ministérios, postos públicos importantes e verbas milionárias é a melhor prova até aqui do atraso político brasileiro, de como estamos ainda, politicamente, na velha República.

Ao menos agora sabemos melhor como funcionam as grandes quadrilhas. Que o ministério público não ouça mais um conselho absurdo de Lula, de que deve levar em conta a biografia do investigado em suas investigações, diferenciando cidadãos perante a lei.

Se o adesismo lulista fez enorme bem à economia, mudando nosso patamar de desenvolvimento econômico, na política ele está sendo letal às nossas chances de progresso na área político-institucional. É o que falta para transformarmos nosso potencial de nação em realidade.

Sérgio Malbergier

Alexandre Rios.

sábado, 18 de julho de 2009

Top 15 - Rock and roll dos anos 1960 [Parte 1]

A década de 50 foi o pontapé inicial do rock. Dançante, alegre e até chocante para os padrões conservadores da época, representou uma verdadeira revolução. A sociedade – principalmente na relação entre brancos e negros – passou a se unificar graças, em parte, ao gênero, que ainda tinha como o blues o principal influenciador na maneira de tocar, compor e que serviu de inspiração para várias bandas que surgiram na década posterior. E foi a década de 60 a mais importante da história do rock and roll, não só tecnicamente mas também em termo de composições, cada mais vez contestadores e inteligentes – com notáveis contribuições de artistas poetas como Leonard Cohen e, principalmente, Bob Dylan. Os jovens deram conta do enorme potencial que o gênero tinha para ser explorado. Eram verdadeiras minas de ouro que poderiam ser lapidadas. Ou melhor dizendo, criadas.

O rock aos poucos foi perdendo sua simplicidade inicial e elevando-se graças a trabalhos de inúmeras bandas, como The Kinks, The Animals, Rolling Stones, Jethro Tull, Beach Boys, The Band, The Byrds, The Jimi Hendrix Experience, Jefferson Airplane, Pink Floyd, Cream, Janis Joplin, The Doors, Velvet Underground, The Zombies, Yardbirds, Grateful Dead, Steppenwolf, Frank Zappa, The Who e, claro, The Beatles. Essas são apenas algumas, a ponta do iceberg de um vasto legado. Pela sua importância especial, decidimos fazer um top 15 desta década – divido em duas partes - e top 10 para as posteriores. Claro que vários clássicos ficaram de fora e claro que há um toque de identidade do blog nela, o que a torna um pouco diferente das listas que vemos por aí. Então, vamos ao que interessa!

“Lucy in the sky with diamonds”, por Alexandre Rios – É quase unanimidade que Sgt. Pepper´s Lonely Hearts Club Band é considerado o melhor disco já feito em todos os tempos. Um dos maiores símbolos da cultura pop, esta obra de arte tem tantas músicas fantásticas que escolhemos duas dela para compor a nossa lista das quinze melhores da década de 1960. Lançado em 1967, o oitavo disco da maior banda que já se teve notícia neste planeta chamado Terra – alguns até duvidam que Paul, John, George e Ringo sejam realmente terráqueos – foi, antes de tudo, revolucionário para a própria banda. Tudo bem que antes do Sargent Pepper´s eles criaram o Rubber Soul e o Revolver, outras duas obras brilhantes. Mas nunca haviam tocado tantos instrumentos, experimentado tantas técnicas e mesclado tantos sons, ou seja, nunca haviam explorado tanto suas genialidades e as infinitas possibilidades que elas poderiam proporcionar no grande mistério das coisas deste universo. Lucy in the sky with diamonds, a terceira faixa do disco faz, reza a lenda, alusão ao alucinógeno LSD, o que foi negado por Lennon – Paul afirmou décadas depois em uma entrevista concedida em 2004 que a música foi feita realmente à base da droga. Mas de onde mais poderiam ter vindo a garota com olhos de caleidoscópio, as flores de celofane amarelas e verdes crescendo sobre sua cabeça e a ponte perto da fonte onde as pessoas com cavalos de pau comem tortas de marshmelow senão de algo transcendental? Depois me perguntam se eu sou contra ou a favor das drogas. O que eu sei é que nas mãos de mentes brilhantes elas se encaixam muitas vezes como luvas.

“Gimme Shelter”, por Lucas Caires - Uma canção emblemática. Lançada em 1969 no álbum Let it Bleed, a música esbanja vocal, guitarra e melodia perfeitos. Na entrada, o solo do Keith Richards demonstra sua competência. Não que este seja o melhor solo do guitarrista, mas a percussão e a voz de Mick Jagger, como todo seu sotaque britânico, se complementam perfeitamente. A letra cita a uma época de violência, marcada por guerra (Guerra do Vietnã), estupros e assassinatos que a ameaçam a nova geração. Assim, Mick Jagger clama “Oh, a storm is threat'ning / My very life today / If I don't get some shelter / Oh yeah, I'm gonna fade away “. O mais emblemático na canção é a voz de Merry Clayton, que acompanha Mick Jagger no refrão “War, children, it's just a shot away”, tornando a canção singular na história do rock.

“Born to be wild”, por Alexandre Rios – Um hino de uma geração. Uma das maiores representações do desejo de liberdade de jovens dispostos a fugir dos padrões da sociedade conservadora dos pais. Como no filme “Easy Rider” – que inclusive tem a música na trilha sonora – o desejo de ser um vagante sem destino numa auto-estrada, em busca de aventura e, além de tudo, de liberdade. Aproximar-se da natureza, longe das contradições da guerra e de modelos de vida fabricados para uma satisfação ilusória da vida, representada mundo afora pelo “american way of life”. Considerada por alguns como a primeira música de heavy metal de todos os tempos, com uma melodia perfeita e guitarras contagiantes – não há como esquecer seu riff clássico – a banda Steppenwolf nos apresenta uma das mudanças de atitude de toda uma geração e que pode ainda servir de inspiração para os dias atuais. Afinal, “nós nascemos para ser selvagem”.

“Go to the mirror!/See me, fell me”, por Alexandre Rios – O The Who entrou no escalão mais alto das bandas de rock com o disco conceitual Tommy, uma verdadeira obra-prima – e também um grande sucesso comercial. A saga do menino com suas atormentações e dúvidas inicia-se em 1921, quando seu pai, dado como desaparecido, retorna inesperadamente da guerra e mata o amante da sua esposa. O garoto Tommy, então com 7 anos, presencia tudo através de um espelho mas seus pais o convencem do contrário. Na verdade o massificam a todo custo: “...you didn't hear it/you didn't see it/you won't say nothing to no one ever in your life!”. E Tommy fica surdo, cego e mudo. A música encena, de maneira quase teatral, Tommy como paciente desesperado para ser “sentido, tocado, curado” no consultório do seu médico. Tudo com uma harmonia marcante, onde todas as passagens estão onde deveriam estar. Uma canção que chega à perfeição.

“Heroin”, por Thales Azevedo – Heroin, it's my wife and it's my life. Em mais de sete minutos de música, este pequeno trecho se notabiliza por definir todo o espírito de transgressão – materializado em temas como drogas, sadomasoquismo ou prostituição – presente no disco de estréia, e o mais clássico, de uma das bandas mais experimentais de todos os tempos. Com uma das capas mais famosas do rock, ilustrada por uma banana em fundo branco, idealizada por Andy Warhol, que se tornou uma espécie de guru do grupo, foi um fracasso de vendas na época, claro, mas posteriormente reconhecido como um marco e um dos álbuns mais influentes de todos os tempos. O produtor Brian Eno diria que “poucos compraram o disco, mas quem o fez, formou uma banda”. Grandes nomes como Iggy Pop ou David Bowie não me deixam mentir – e estes estiveram apenas entre os primeiros. Liderado por Lou Reed, com a controversa presença da maravilhosa Nico, que ainda teria uma carreira solo com grandes momentos, o Velvet Underground faz desta música uma jornada psicodélica, em meio arranjos crus e minimalistas, descrevendo detalhadamente a utilização da droga e os seus efeitos. A contracultura esteve poucas vezes tão bem representada.

“The Weight”, por Alexandre Rios – Eric Clapton afirmou certa vez que a música do The Band elevou o rock a um patamar inédito até então. Talvez o disco Music From The Big Pink seja a melhor representação disso. A influência country e a figura de Bob Dylan por trás da banda – os membros da banda canadense o acompanharam na turnê de 1966 que torceu os narizes dos fãs mais ortodóxicos do “poeta puro” que, segundo eles, deveria ser acompanhado apenas de violão e gaita para “confrontar o sistema vigente da época” – serviram de base para um conjunto mítico e especial da história do rock. The Weight tem aquele ar sulista e fala sobre algumas experiências do autor viajante – o que lembra muitas músicas de Johnny Cash – e que no Brasil poderiam ser chamadas de “causos”, mas com algumas passagens surreais desta banda que ainda banda da fonte do psicodelismo. Por que não “causos sob efeito de alucinógenos?”

“You really got me”, por Lucas Caires – Seguindo a nova onda de rock iniciada pelos britânicos dos Beatles, The Kinks lança seu primeiro álbum em 1964 e consegue se consagrar diante do novo estilo musical da época. Além de You really got me, a banda criou outros clássicos como Waterloo Sunset e All Day and All Of The Night. A música referida mantém uma guitarra e vocal estridentes, o que a torna dançante e com ótima melodia. O riff da guitarra foi o primeiro a ter distorção na história do rock, forçando os engenheiros a desenvolver produtos especialmente para esse efeito. Não importava que a letra fosse simples. O público estava passando por uma mudança gradual e a onda psicodélica não havia começado. Demos tempo ao tempo. Além do mais, no meio da música, o solo de Dave Davies prende o ouvinte tornando-a elaborada e com classe. You really got me é a identidade do The Kinks. Sua guitarra arrojada foi marca registrada da banda e influenciou muitas outras da década de 70.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Vida longa ao rock and roll!


Hoje é o dia mundial do rock, um dos filhos do blues. Analisando sua história, podemos dizer que ele já possui quase 60 anos. É um senhor de respeito. Mas nem venha me dizer que o rock and roll é velho! Afinal, que outro gênero musical se reinventou tanto em sua existência, passou por tantas tendências e continua com aspecto tão moderno? Foram décadas com acontecimentos marcantes em todo o mundo que tiveram o rock como uma importante trilha sonora, principalmente nos momentos de questionamento e revolta. Como em uma cena do filme “Apocalypse Now”, em que jovens soldados escutam “Satisfaction” dos Rolling Stones em plena selva numa das guerras mais emblemáticas da história. Talvez estivessem eles esperançosos com o fim do conflito rumo à liberdade iniciada na época – no caso, a década de 60, uma das mais vanguardistas e mais importantes para o futuro da humanidade. Não por acaso, talvez a década mais importante para o rock and roll. Nesta linha de pensamento, podemos dizer que o momento atual é o mais morno, um marasmo com poucas coisas realmente boas. A década em que o rock menos avançou e ousou – reflexo da sociedade, materializada em comodismo e acomodada com o materialismo. Mas nunca duvidemos do poder que um dos gêneros musicais mais populares do mundo – talvez o principal – tem. Assim como nunca devemos duvidar do poder de mudança daqueles que não estão satisfeitos com o rumo das coisas no mundo contemporâneo, principalmente os jovens. Jovens de espírito, independentemente da idade cronológica. Como o próprio rock. E você, acredita nele?

Para homenageá-lo selecionaremos algumas músicas que representam bem este espírito, passando por todas as décadas do rock. Começamos hoje com cinco músicas da década de 50. Não são exatamente as cinco mais importantes e nem as cinco melhores, afinal não temos essa pretensão. São algumas que podem resumir esta década, um verdadeiro marco. Eis as selecionadas.

“Don´t Be Cruel” – Como não começar com uma música do Rei do Rock? E como é difícil escolher apenas uma entre várias músicas que Elvis Presley deixou como legado! Se eu escolhesse qualquer uma dentre elas seria justo e legítimo. Escolho “Don´t Be Cruel”, uma música que, apesar de simples – reparem que a batida de fundo praticamente não varia - contagia demais. A voz de Elvis em um dos seus maiores momentos de inspiração cantando os versos “… Please, let's forget the past/the future looks bright ahead/Don't be cruel to a heart that's true” fazem desta canção uma pérola que devemos ouvir sempre.

"Rock Around The Clock"- Lançada em abril de 1954, a gravação de Bill Haley and His Comets dessa canção é tida por muitos como o primeiro grande sucesso do rock and roll, ainda que provoque controvérsia (Bill Haley dois meses antes já teria alcançado o topo da Billboard com a menos lembrada "Shake, Rettle and Roll"). A canção, um grande hino dos primeiros rockers, convida-nos a dançar além das badaladas do relógio: nada mais atual em tempo de raves intermináveis. Um detalhe curioso é que a canção foi originalmente gravada pela banda ítalo-americana Sonny Dae and His Knights sem grande repercussão.

"Roll Over Beethoven"- "Se o rock tivesse outro nome, seria Chuck Berry"- essa frase proferida por ninguém mais, ninguém menos do que John Lennon reflete todo emblematismo e iconicidade de Mister Charles Edward Berry. O velho Chuck teria escrito essa canção para provocar sua irmã Lucy que insistia em tocar música clássica no piano de casa. A letra faz alusão a compositores eruditos e populares, de Tchaikovsky a Carl Perkins. Retrata bem a ousadia juvenil de entender uma ritmo dançante como algo que supere a música clássica- a rebeldia que vence a dita caretice. Regravada por vários artistas, de Raul Seixa ao Iron Maiden, é uma grande prova incontestável da imortalidade de Berry.

"Tutti Fruttï"- "Womp-bomp-a-loom-op-a-womp-bam-boom!"- sem dúvida, o grito onomatopéico mais conhecido da história do rock. Essa música é também uma campeã de regravações. A letra originalmente faz menção ao ato sexual. Para estourar nas rádios e se tornar o primeiro grande hit de Little Richard, esse músico inovador, além de pastor no mítico casamento de Demi Moore e Bruce Willis, a música passou por uns ajustes (ela foi até trilha sonora de um desenho do Pato Donald depois). Para a revista Mojo é a maior canção da história do rock and roll.

“Oh, Boy!” – Buddy Holly, assim como Elvis, foi um dos primeiros artistas brancos a fazer rock and roll com sucesso, já popularizado por negros como Chuck Berry. Um dos artistas mais visionários do seu tempo, que inspirou bandas como Beatles e Rolling Stones, infelizmente faleceu cedo, com apenas 22 anos. Uma das mortes mais sentidas desde que o rock surgiu, acontecimento que chegou a inspirar a música “American Pie” de Don McLean, com a famosa frase “o dia que a música morreu”. “Oh, boy!” é dançante, tendo como base uma guitarra rápida, com a voz de Buddy oscilando entre a esperança, carência e ódio, além dos clássicos vocais de apoio repetindo o nome da música. Todos esses elementos comprovam a falta que fez este importante artista da década de 50.

Próximo post, a década de 60.

Alexandre Rios
Lucas Caires
Otávio Bessa

terça-feira, 7 de julho de 2009

Maravilhas do Brasil

Carga tributária sobe em 2008 mesmo sem CPMF e com crise

A carga tributária subiu para 35,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2008 apesar do fim da CPMF e da crise financeira, que diminuiu a arrecadação de tributos nos dois últimos meses do ano passado. Por conta da crise, as receitas começaram a cair, contra o mesmo mês do ano anterior, de novembro do ano passado em diante.

No caso da CPMF, o tributo foi barrado pelo Senado Federal no encerramento de 2007, apesar dos esforços do governo no Legislativo para sua manutenção, e foi cobrado somente por algumas semanas de janeiro. Em 2008, a CPMF arrecadou R$ 1,14 bilhão, contra R$ 36,4 bilhões em 2007 - valores sem a correção da inflação. A expectativa inicial do governo era de arrecadar R$ 39 bilhões com a CPMF em 2008.

Com o fim do tributo, a equipe econômica se movimentou e anunciou, logo em janeiro do ano passado, o aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), embutido em empréstimos. Com isso, arrecadou R$ 20,3 bilhões em 2008, com aumento de 159% sobre os R$ 7,83 bilhões de receita em 2007. O aumento de arrecadação, neste caso, também foi favorecido pelo forte crescimento das operações de crédito, superior a 30% no ano passado. Além do IOF, o governo também elevou a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) dos bancos de 7% para 15% no início de 2008, e, com esta medida, arrecadou R$ 1,1 bilhão a mais no ano passado.

O bom desempenho da economia, que teve expansão superior a 5% em 2008, também ajudou o governo a aumentar a arrecadação. Embalado pelo aumento de 16% na massa salarial, a produção industrial avançou 4,8% em 2008 e, com isso, o Imposto de Renda teve arrecadação de R$ 191 bilhões em 2008, contra R$ 160 bilhões no ano anterior. Com a CSLL, o governo arrecadou R$ 43,97 bilhões no ano passado, na comparação com R$ 34,5 bilhões de 2007.

O Simples Nacional, tributo pago pelas micro e pequenas empresas, rendeu R$ 17,6 bilhões aos cofres públicos em 2008, contra R$ 9,42 bilhões no ano anterior, também por conta do bom crescimento econômico. Os estados, por sua vez, também se beneficiaram da atividade econômica, arrecadando R$ 220 bilhões em Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em 2008, contra R$ 187,64 bilhões no ano anterior. Já os municípios arrecadaram R$ 47,53 bilhões no no ano passado, na comparação com R$ 41,19 bilhões em 2007.

No combate à sonegação fiscal, o governo arrecadou R$ 2,45 bilhões a mais em 2008, na comparação com 2007, e o forte crescimento de 43% do valor das importações em dólar resultou no crescimento de R$ 6,3 bilhões a mais na arrecadação do PIS/Pasep e Cofins das importações. Ao todo, nestes tributos sobre as importações, o governo arrecadou R$ 30,44 bilhões em 2008, contra R$ 24,06 bilhões no ano anterior.

Fonte: g1


Enquanto isso, Sarney e Cia se gabam do nosso dinheiro público num nepotismo e clientelismo asqueroso. Qual a justificativa de 81 senadores possuírem uma máquina administrativa de 10000 funcionários? Para que gastar tanto com profissionais fantasmas ou inúteis, ao invés de focarmos os investimentos em setores deficientes da sociedade? Para que aumentar a carga tributária se o dinheiro não é bem administrado?

Durmam com esse barulho...

ps: Pior ainda é saber que o nosso querido presidente está mexendo seus pauzinhos para manter Sarney no Senado.


Lucas Caires

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Live From Abbey Road

Estive há pouco tempo conversando com um amigo sobre como a televisão - no caso, por assinatura - é hoje mais interessante que a internet. Estranho falar isso da internet, mas eu sinto que isso aqui tá muito parado, falta dinamismo, diferentemente da televisão. Não tenho dúvidas de que por suprir necessidades básicas, a primeira ainda é muito mais importante, absolutamente essencial. Mas para diversão e entretenimento de qualidade - o que praticamente inexiste nos canais abertos - eu prefiro muito mais a televisão. Um exemplo é o excelente programa Live From Abbey Road, que passa no canal Sony aos sábados. Colocarei abaixo três vídeos desse programa que nos dá oportunidade de conhecer artistas em um leque grande de musicalidade - claro que nem todos do meu agrado. Além da qualidade impecável da produção, pequenos depoimentos de integrantes de bandas enriquecem ainda mais o programa gravado no lendário estúdio.

O primeiro vídeo dispensa muitos comentários. A única coisa que direi é que God Only Knows continua emocionando. É uma das músicas mais belas já feitas. O início arrepia você também?



A banda abaixo é uma das melhores da atualidade. O Kasabian destaca-se no estado de dormência do rock and roll atual. A música abaixo realmente me empolgou num sábado à noite. E esse é um dos papeis do rock and roll nas nossas vidas! Alguma discordância?



Não é qualquer programa que exibe uma apresentação da qualidade do que está por vir abaixo. Uma beleza de jazz, da banda de Herbie Hancock, um dos seguidores de Miles Davis.


Leitor consciente diz "muito obrigado, Alexandre."

De nada, amigo.

Alexandre Rios.

The Weight - The Band



Uma música sensacional de uma grande banda.

Alexandre Rios.