quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Up In The Air - Trailer

Os críticos americanos estão falando muito bem desse filme e apostam que será um dos fortes candidatos para o Oscar. O trailer é bem diferente daqueles que estamos acostumados a ver.








Eduardo Vasconcelos.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Top 10 - Melhores filmes lançados no Brasil em 2008

Essa lista já era pra ter sido feita no começo do ano, mas como sempre faltava um ou outro filme para eu ver, aí eu tive que ir adiando. Finalmente, consegui ver os principais filmes lançados no Brasil em 2008 e fiz a lista aí embaixo. A lista contém, na primeira posição, aquele que considero o melhor filme dessa década, Sangue Negro, seguido de Batman - O Cavaleiro das Trevas, também um dos melhores da década. Como eram apenas 10 filmes que deviam entrar, eu fiz menções honrosas a outros filmes que só não entraram na lista por gosto pessoal mesmo. No fim desse ano ou começo do ano que vem, prometo fazer a lista dos melhores filmes de 2009. Abraços!


01. Sangue Negro, de Paul Thomas Anderson



































02. Batman - O Cavaleiro das Trevas ,
de Christopher Nolan




































03. Wall-E ,
de Andrew Stanton





04. Antes que o diabo saiba que você está morto
, de Sidney Lumet









05. Na Natureza Selvagem,
de Sean Penn






































06. Senhores do Crime
, de David Cronenberg





















07. O Escafandro e a Borboleta
, de Julian Schnabel




















08. Onde os Fracos Não Têm Vez,
de Ethan Coen e Joel Coen





































09. O Nevoeiro,
de Frank Darabont




















10. Conduta de Risco, de Tony Gilroy


















Menções Honrosas:

- Desejo e Reparação
, de Joe Wright
















- Apenas uma Vez, de John Carney




































- 4 meses, 3 semanas e 2 dias
, de Cristian Mungiu

















- Vicky Cristina Barcelona, de Woody Allen

















- Persépolis,
de Vincent Parannoud e Marjane Satrapi







- O Gângster ,
de Ridley Scott






- Queime Depois de Ler,
de Ethan Coen e Joel Coen























Eduardo Vasconcelos

Vinte anos esta noite

Todo grande evento histórico tem sempre uma música para acompanhá-lo, uma melodia que entra na cabeça do indivíduo anônimo que o vive. Os exemplos são muitos: as marchas militares que avançavam com os britânicos na praia de Dunquerque, as canções de cabaret que antecipavam a decadência moral da Alemanha nazista, até mesmo sobrou para uma tal de tropicália ser a trilha sonora do período de “ditabranda” no Brasil. Não seria exceção com o Muro de Berlim e sua conseqüente queda. Apresentamos aqui uma variedade de estilos, do pop ao clássico minimalista, passando até pelas sonoridades eletrônicas inspiradas pelos ruídos estranhos feitos na praça do Reichstag na calada da noite.



Sem dúvida, “Heroes” (assim mesmo, com aspas), de David Bowie, é o hino dos amantes que se amaram à sombra do Muro. A letra já diz tudo: I can remember/ Standing by the wall/ and the guns, shot above our heads/ and we kissed, as though nothing could fall. Bowie resolveu passar uma temporada na Alemanha Ocidental e fez aquilo que todos consideram sua obra-prima: a trilogia de Berlim, composta pelos anti-climáticos Low (1977), “Heroes” (1977) e Lodger (1978). Neste vídeo, o camaleão do rock canta a sua versão em alemão, entitulada “Heiden“, ainda mais desesperada que a original, com imagens do filme Christiane F., que mostram muito bem a desolação da juventude que vivia nas duas Berlins. Não indicado para os neocarolas que visitam este site. [...]

(Dicta&Contradicta - Especial completo, com análises, relatos e vídeos, aqui)

Thales Azevedo.

sábado, 7 de novembro de 2009



Kasabian é uma banda inglesa, formada em 1999, ainda pouco conhecida no Brasil. Contudo, uma das melhores bandas da atualidade, superando a tão aclamada The Killers. Confiram.

Lucas Caires

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Dieu est un fumeur de Havanes



Serge Gainsbourg e (suspiros) Catherine Deneuve. Para quem gosta de francês.

Thales Azevedo.

sábado, 24 de outubro de 2009

Noites Brancas

Porque também na minha casa, hoje, nenhuma cadeira continua como estava ontem, pois eu já não sou o mesmo.

(Fiódor Dostoiévski)
Thales Azevedo.

Na Mira da Morte

"Todos os filmes bons já foram feitos". Esta famosa frase de autoria de Peter Bogdanovich, proferida pelo próprio em Targets/Na Mira da Morte, trai o próprio autor. Isto porque - além do equívoco histórico - o filme de estréia do diretor americano é uma pérola da década de 60 e um dos filmes mais interessantes que eu já tive a oportunidade de ver.

Feito com um baixíssimo orçamento (130 mil dólares) e aproveitando-se de uma cláusula contratural do ator Boris Karloff, lenda do terror cinematográfico que ainda devia algumas poucas semanas de trabalho, o produtor Roger Corman decidiu aproveitar os derradeiros dias de atuação do astro com mais um filme de terror. Escalou para a tarefa seu assistente e jovem crítico de cinema Bodnadovich, que com apenas 29 anos, realizou uma obra o frescor digno de grandes cineastas iniciantes.

A história, inspirada em um fato ocorrido no Texas em 1966, se confunde com a realidade. Boris Karloff interpreta Boris Karloff. Os dois em despedida de Hollywood. Como afirma o ator/personagem para o diretor/ator Peter Bognadovich, também se auto-interpretando como o "diretor tampão" do momento: "Sammy, você é um rapaz gentil, mas não pode entender o que é estar na minha pele. Sou uma antigüidade. Sou um anacronismo. Sammy, olhe à sua volta: o mundo pertence aos jovens."

E realmente a década de 60 foi a década dos jovens. Os movimentos culturais, a música, os protestos e a política foram acompanhados como nunca pela juventude da época. Foi um turbilhão, que arrastou toda uma geração a velocidade e intensidade jamais vista até então. Como isso interferiu em cada um? No caso de Bobby Thompson (Tim O´Kelly), uma revolta abrupta e definitiva contra sua vida organizadinha e pacata o transformou num verdadeiro psicopata. O dito cujo assassina a namorada e a mãe e foge de casa atrás de outras vítimas com algumas armas e muita munição. Em determinado momento sobe num tanque de gasolina gigantesco para atirar em todos que atravessavam a estrada, realizando uma verdadeira chacina com uma frieza angustiante.

Já perseguido pela polícia, Bobby Thompson consegue escapar e ruma em direção a um teatro drive-in da cidade, onde seria exibido o último filme de Karloff e cuja presença estava marcada. Uma sessão de filme de terror, muitas pessoas e pouca luminosidade: o contexto ideal para o ato final malévolo do atirador. E Peter Bognadovich, esbajando muito talento, soube aproveitar o roteiro redondo - com colaboração de Samuel Fuller - com um clímax de tirar o folêgo e com alguns momentos geniais que me fizeram lembrar Janela Indiscreta do Hitchcock.

Targets/Na Mira da Morte, apesar de não ter tido sucesso comercial, foi muito elogiado pela crítica especializada. Até mesmo Boris Karloff, que devia cumprir 20 minutos de cenas, resolveu abrir mão de um cachê extra e filmou mais 10 minutos. Uma despedida digna, deve ter pensado. Com razão. Pena que o filme tenha sido mal distribuído pela produtora, que temia uma má repercussão. Afinal, a década de 60, apesar de ter sido um verdadeiro divisor de águas em aspectos sociais, políticos e culturais, também foi a década em que Martin Luther King e John F. Kennedy foram assassinados por atiradores, cujas miras deviam ser semelhantes às exibidas nesta pequena obra-prima de Peter Bognadovich.

Alexandre Rios.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

O caso Maitê Proença



Por João Pereira Coutinho

Acordo com telefonema de amigo indignado. Verdade. Tenho amigos indignados, mas prometo resolver o assunto em breve. "Viste o vídeo da Maitê Proença?", perguntou ele, como se a Alemanha nazista tivesse invadido a Polônia novamente.

Esfreguei os olhos, despedi-me do sono e procurei na memória o nome "Proença, Maitê". Após alguns segundos de esforço, encontrei um velho arquivo da minha adolescência. E respondi: "Mas que vídeo, rapaz?"

Ele explicou. A atriz Maitê Proença esteve em Portugal em 2007. Gravou um vídeo para o programa "Saia Justa", da Globo GNT. No vídeo, Maitê passeia pela terrinha e goza (no sentido português do termo) com a burrice dos lusitanos.

Os lusitanos não gostaram do vídeo. Lançaram petições na internet. Exigiram pedidos de desculpas, como se o Palácio do Planalto tivesse bombardeado o mosteiro dos Jerónimos.

Maitê entrou no baile e pediu desculpas: ela ama Portugal, ela ama os portugueses, ela jamais pensou em ofendê-los, e bla bla bla. De nada serviu. Os jornais e as televisões fizeram render o peixe e existem cartazes com o rosto de Maitê pela cidade de Lisboa, como no antigo faroeste. Invento, claro, mas vocês percebem a idéia.

E o vídeo? Acabei por assistir ao dito cujo, ainda em pijama, e pasmei com a insignificância do mesmo. Insultuoso? O único crime de Maitê Proença foi a sua incapacidade para produzir humor: com a exceção do momento em que a atriz brinca com o número de uma porta pregado ao contrário, o resto é infantil e entediante. Pena. Sempre gostei de piadas de portugueses. Dizem que nas piadas existe um fundo de ternura, ou de rebeldia: a atitude própria de um adolescente perante os avós conservadores e atávicos. Talvez.

Mas gosto das piadas de portugueses porque elas transportam, Deus me perdoe, um eco de verdade. Eu sei. Eu faço parte da espécie. Eu convivo diariamente com ela: com o atraso, a mesquinhez, a inveja. O provincianismo. E não existe português vivo que não tenha com Portugal essa mesma relação obsessiva, feita de crítica, sarcasmo e autofagia.

Eis o problema: se o vídeo tivesse sido feito por um português, os outros portugueses aplaudiriam. Bater na pátria é mais do que hábito; é a nossa identidade cultural.

Acontece que o vídeo foi feito por uma estrangeira. Pior: por uma brasileira. Um pormenor que altera o quadro. Duplamente. Primeiro, porque mexe com os seculares complexos de inferioridade dos portugueses: o brasileiro, como diria o Eça, pode ser um português dilatado pelo calor. Mas o Brasil é também um Portugal dilatado pela diversidade, pela riqueza e pelo gigantismo. Portugal em ponto grande. E com futuro.

Mas existe um segunda explicação para o ódio público: o vídeo de Maitê Proença foi apenas um pretexto, e um bom pretexto, para que o português típico pudesse descarregar os seus preconceitos típicos sobre os brasileiros. Esses preconceitos existem na sociedade portuguesa. E com a vaga recente de imigração brasileira mais pobre, pioraram e azedaram. Não vale a pena revisitar o cardápio de pensamentos funestos. Basta caminhar por Lisboa. Olhar. Escutar. As piadas sobre portugueses ainda têm piada. A xenofobia dos portugueses sobre os brasileiros não tem piada alguma.

Antes de assinarem petições ou pedirem a cabeça de uma atriz de novelas, os portugueses indignados deveriam perguntar seriamente quando foi a última vez que trataram um brasileiro como "ladrão" e uma brasileira como "prostituta". Tenho a certeza que a indignação passa depressa.

Alexandre Rios.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Palavras para as vésperas

Por Eduardo Galeano

Falta muito pouco para que o povo uruguaio eleja novo governo.

Ao mesmo tempo, nas mesmas urnas, será submetida a plebiscito a possibilidade de libertar-nos de duas traves metidas na roda da democracia.

Uma delas é a que impede o voto por correio dos uruguaios que vivem no exterior. A lei eleitoral, cega de cegueira burocrática, confunde a identidade com o domicílio. Diga-me de onde vens e te direi quem tu és. Os uruguaios da pátria peregrina, em sua maioria jovens, não têm direito a voto se não podem pagar a passagem. Nosso país, país de velhos, não só castiga os jovens negando-lhes trabalho e obrigando-os ao exílio, como também nega o exercício mais elementar dos direitos democráticos. Ninguém se vai porque quer. Os que foram para o exterior são traidores? É traidor um de cada cinco uruguaios? Traidores ou traídos?

Oxalá consigamos acabar de uma vez por todas com essa discriminação que nos mutila.

E oxalá acabemos também com outra discriminação ainda pior, a lei da impunidade, lei de caducidade da pretensão punitiva do Estado, batizada com esse nome rocambolesco pelos especialistas na arte de não chamar as coisas pelo seu nome.

A Corte Suprema de Justiça acaba de estabelecer que essa lei viola a Constituição. Há muito tempo se sabe que também viola nossa dignidade nacional e nossa vocação democrática. É uma triste herança da ditadura militar, que nos condenou ao pagamento de suas dívidas e ao esquecimento de seus crimes.

No entanto, há 20 anos, essa lei infame foi confirmada por um plebiscito popular. Alguns dos proponentes daquele plebiscito estão reincidindo agora, e com muita honra: perdemos, por muito pouco, mas perdemos, e não nos arrependemos. Acreditamos que aquela derrota foi em grande medida ditada pelo medo, um bombardeio publicitário que identificava a justiça com a vingança e anunciava o apocalipse, larga sombra da ditadura que não queria ir embora; e acreditamos que nosso país demonstrou, nestes primeiros anos de governo da Frente Ampla, que já não é aquele país que o medo paralisava.

Acreditamos nisso e, oxalá, não me equivoque.

Oxalá triunfe o senso comum. O senso comum nos diz que a impunidade estimula a delinquência. O golpe de Estado em Honduras só o confirmou. Quem pode surpreender-se que os militares hondurenhos tenham feito o que fazem há muitos anos, com o treinamento do Pentágono e a permissão da Casa Branca?

A luta contra a impunidade, impunidades dos poderes e dos poderosos, está se desenvolvendo nos quatros pontos cardeais do mundo. Oxalá possamos contribuir para desmascarar os defensores da impunidade, que hipocritamente gritam aos céus ante a falta de segurança pública, ainda que saibam que os ladrões de galinhas e os assaltantes de bairros são bons alunos dos banqueiros e dos generais recompensados por suas façanhas criminais.

Oxalá o próximo domingo confirme nossa fé em uma democracia sem coroas, nem as do uniforme militar, nem as do dinheiro.

Oxalá possamos envolver esta lei em papel celofane, em um pacote bem amarrado, com laço e tudo, para enviá-lo de presente a Silvio Berlusconi. Este grande mago da impunidade universal que já atravessou mais de 60 processos e não conhece nenhum cárcere nem sequer de visita, nos agradecerá o obséquio e seguramente saberá encontrar para ele alguma utilidade.

Oxalá.

A única coisa certa é que, aconteça o que aconteça, a história continuará, e continuará o incessante combate entre a liberdade e o medo.

Eu só quero invocar uma palavra, uma palavra mágica, uma palavra que abre portas, que é, quiçá, a mais universal de todas. É a palavra “abracadabra”, que em hebraico antigo significa: Envia teu fogo até o final. Como uma homenagem a todos os fogos caminhantes, que vão abrindo portas pelos caminhos do mundo, eu a repito agora:

Caminhantes da justiça,
portadores do fogo sagrado,
Abracadabra, companheiros!

(Versão do discurso pronunciado no Obelisco de Montevidéu, no fechamento da campanha contra a lei de impunidade, na noite do dia 20 de outubro)

Publicado originalmente no jornal La Jornada (México)

Tradução: Katarina Peixoto

Alexandre Rios.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Uma loura por um milhão




Na cena, o protagonista (Jack Lemmon) faz exames em um hospital para analisar uma falsa sequela, que rendeu um processo potencialmente lucrativo:

- É fascinante o modo como podemos corroborar sintomas subjetivos. É uma nova técnica desenvolvida em Rochester.
- Eu sei. Li tudo na Revista Time.
- Bem, creio que devemos concordar que nossos resultados não são incongruentes com uma inflamação do nervo mediano do plexo lombar.
- Concordo.
- Eu também.
- Somos unânimes em nossa avaliação, Prof. Winterhalter?
- Fingimento! Todas estas engenhocas modernas! Fingimento! Não provam nada! Nos velhos tempos, costumávamos fazer coisa melhor! Se um homem dizia que estava paralisado, nós o atirávamos no covil da cobra! Se ele pulasse pra fora, saberíamos que estava mentindo.
- E se não pulasse?
- Então teríamos perdido um paciente. Mas teríamos encontrado um homem honesto.

Alexandre Rios.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Os desejos ocultos dos donos da terra

Por Gilson Caroni Filho

A nova operação da direita para viabilizar a instalação de uma CPI para investigar supostos repasses de recursos públicos a entidades vinculadas ao Movimento dos Sem Terra (MST) nada mais é que um embuste com objetivos nítidos: a criminalização dos movimentos sociais e, com um claro viés eleitoreiro, o desgaste do governo visando ao processo eleitoral de 2010.

O eixo central da ação da senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), ex-presidente da UDR, é retroceder o processo democrático a níveis anteriores ao do governo petista. Com apoio da grande imprensa, o que se pretende é o estabelecimento de uma agenda que aceite a imposição dos que gritam mais forte e que por mais de 500 anos mandaram no país.

Um projeto de poder que abandone o país moderno, dos segmentos novos da cidade, do operariado urbano e rural, dos pequenos e médios proprietários das classes médias, dos empresários modernos e progressistas para abraçar uma opção pelo passado. No que ele tem de mais retrógado, no que ele garante a preservação de práticas clientelistas e oligárquicas.

A pesquisa do Ibope, encomendada pela CNA, “que constata a favelização dos assentamentos rurais do INCRA" não vai de encontro apenas aos dados do Censo Agropecuário de 2006 que demonstram que a agricultura familiar é mais produtiva do que a tradicional e em grande escala. Vai além. Vai contra todas as classes e frações que sabem que sua sobrevivência depende de um país igualitário, solidário, a ser construído por uma intervenção decidida na questão da terra. Uma estrutura social equânime é o inferno de Caiado e Kátia Abreu. Para eles, o paraíso é o Estado Patrimonial que, como no tempo do Império, funcione como repassador de terras e do dinheiro do setor público para o privado. É com essa restauração que sonham diariamente.

Sob os holofotes da CPI o que se quer manter é a luta contra a Reforma Agrária por parte de pecuaristas e dos que ganham com monoculturas extensas. Nos casos de desapropriações já decididas, apela-se, como sempre, para os amigos cartoriais, transferindo gado de uma fazenda para outra enquanto se pede revisão dos processos.

O "aggiornamento" da imprensa é peça fundamental dessa estratégia. Há mais de duas décadas, durante a eleição de Caiado para a presidência da UDR, o então vice-presidente da entidade, Altair Veloso, garantia que “os jornalistas da imprensa escrita são todos vermelhos. Os da televisão são todos homossexuais".

Hoje prevalece a afinidade de classe, e os "vermelhos" carregam nas tintas contra movimentos organizados, enquanto os "homossexuais" divulgam, no horário nobre de uma emissora paulista, "editoriais" contra Lula e o MST. O amadurecimento de pessoas e instituições é surpreendente. Revela pulsões que nunca ousaram dizer o nome.

Em entrevista para a Agência Ibase, o líder sindical José Francisco da Silva, ex-presidente da Contag, disse que “houve avanços com o governo Lula, justiça seja feita. Fernando Henrique investiu R$ 2,3 bilhões no Pronaf. Lula já alcançou R$ 13 bilhões no decorrer de seis anos. Foi um bom investimento, mas é bom que se diga que o agronegócio recebe quase R$ 70 bilhões do governo e é a agricultura familiar que abastece o país, que gera empregos." É uma distorção a ser corrigida.

Para Kátia e Caiado a correção aponta para outra direção: a da redução dramática da população rural, da formação de um contingente de semicidadãos entregues à própria sorte. Para eles, essa é a democracia possível. O padrão estético é coerente com a história dos antigos donos do poder.

Eldorado de Carajás é uma imagem a ser esquecida. Pés de laranja arrancados, um crime imperdoável.

Alexandre Rios.

domingo, 18 de outubro de 2009

The Maranhão Herald - O diário maranhense


Retirado do site da Piauí - a revista mais criativa do país!

Grupo Mirante adquire ex-The Piauí Herald
SÃO LUÍS, MACAPÁ – O grupo Mirante de comunicação, de propriedade do senador José Sarney, concluiu ontem a aquisição do anteriormente denominado The piauí Herald. Numa ampla consulta ao povo do Maranhão e do Amapá, ao qual se somaram, democraticamente, sete pessoas do Piauí, foi decidido, por 6, 6 milhões de votos contra sete, que o diário passará a se chamar The Maranhão Herald. “Até o século XVIII a Província do Maranhão incluía o território do Piauí. Trata-se de uma reintegração de posse”, declarou o novo redator-chefe do jornal, o poeta e jornalista Olegário Ribamar, cuja primeira providência foi definir o novo organograma do diário. Ribamar negou veementemente a existência de uma provisão que torna piauienses automaticamente subordinados a maranhenses e gentílicos do Amapá. “Disseram isso por causa daquele rapaz do Xerox que assumiu a editoria de internacional no lugar do meu dileto amigo piauiense Totó Barbosa. O que não se diz é que o rapaz do Xerox, cujo nome me lembrarei em breve, já foi garimpeiro na Guiana. É um homem do mundo.” Ribamar assegurou que a linha editorial será independente, combativa e responsável. Como exemplo, sublinhou que o jornal não está apurando as denúncias de bestialismo contra o ex-governador Jackson Lago. “Registre bem: bes-tia-lis-mo, Já-ck-son La-go/ Já-ck-son La-go, bes-tia-lis-mo. Não estamos investigando.” Ribamar encerrou a entrevista acrescentando que também não investigará os boatos de que o jornal O Estado de S. Paulo é controlado por Osama bin Laden e o Bispo Macedo.

Caetano, Gil, Bethânia e Gal se naturalizam maranhenses
SÃO LUÍS - A avenida José Sarney e as ruas Presidente Sarney, Marly Sarney e Sarney Filho (além da Travessa Sarney, da Praça Zequinha Sarney e da Ponte Governador José Sarney) foram fechadas ontem para receber os cantores Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia e Gal Costa que, após décadas de serviços prestados à cultura baiana acabam de se naturalizar maranhenses. “É com extrema alegria que nos juntamos a esse povo todo lindo e odara, que assim como o baiano também acentua o primeiro ‘ó’ da palavra córação”, declarou o cantor, compositor, pensador e maranhense Caetano Veloso, feliz por não ter lido O Estado de S. Paulo ontem. Gil também se pronunciou, mas até o fechamento desta edição não foi possível compreender o que ele disse. A naturalização do quarteto é mais uma realização da governadora Roseana Sarney. No seu discurso de posse em março, ela disse: “É preciso haver uma distribuição mais democrática da cultura. Os compositores não podem citar a Bahia a cada cinco canções, ao passo que o Maranhão continua sendo o patinho feio da Música Popular Brasileira.” Os quatro exbaianos prometem adaptar rapidamente suas canções, mesmo que ao arrepio de melodia e ritmo. Dentre as primeiras medidas estão as conversões de Na Baixa do Sapateiro (Na Baixa do Sapateiro eu encontrei um dia / A morena mais frajola do Maranhão), Bahia com H (Salve o santo Maranhão imortal, Maranhão dos sonhos mil, / Eu fico contente da vida em saber que o Maranhão é Brasil), e, mais importante, O que é que a baiana tem? (O que é que a maranhense tem? / Governo do estado, tem / Papai no Senado, tem / Como ela requebra bem!).

"Decido quando eu quiser", diz Lula sobre a compra de caças maranhenses
BRASÍLIA - Contrariando os relatórios do comandante da FAB, Juniti Saito – que sugeria a compra de jatos americanos –, e do ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim – que recomendava a aquisição de Tupolevs construídos na Venezuela –, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu negociação para a compra de 36 caças Marimbondo, da empresa franco-maranhense D’Assalto. “Decido quando e como quiser”, declarou. A decisão surpreendeu o mercado, mas não o ministro da Defesa Nelson Jobim, já habituado a ser desautorizado pelo Planalto. Embora saiam a um custo inicial de 70 bilhões de reais – dez vezes mais do que os caças americanos –, os Marimbondos maranhenses representarão um importante salto tecnológico para a Força Aérea Brasileira. A principal inovação ficará por conta do sensor externo de temperatura, com bigodes ultrassensíveis no lugar dos tubos pilot. “É uma tecnologia de ponta, baseada no comportamento intuitivo dos gatos. Com esses fios peluginosos no bico do avião, o piloto perceberá a iminência de um radar inimigo, de um míssil ou de um cargo disponível no Senado”, indicou o poeta Tribiz Duarte, assessor de imprensa da empresa.

Maranhwood: iniciado teste de elenco para primeira grande produção maranhense
SÃO LUÍS – Após terminar a gravação de Lula, o Filho do Brasil, o produtor de cinema Luiz Carlos Barreto começou ontem a escolher o elenco para seu próximo filme, Sarney, o Filho do Maranhão. “Queremos deixar bem claro que esse filme, que vai passar em todas as salas de cinema do Maranhão, não contará com um único centavo de verba pública”, adiantou a assessoria de imprensa do governo maranhense, para evitar interpretações suspeitas e infundadas por parte da imprensa. Sarney, o Filho do Maranhão mostrará o prodigioso histórico de brigas políticas do senador José Sarney, começando com sua eleição precoce ao cargo de deputado federal, quando tinha apenas 25 anos, e culminando na conquista do tricampeonato do Senado, durante as temporadas 1995/1997, 2003/2005 e 2009/2011. O filme será coproduzido por Luiz Carlos Barreto, sua esposa, Lucy Barreto e sua filha Paula Barreto. A direção ficará a cargo de Fábio Barreto. Para o próximo ano, a família de cineastas já anunciou a pré-produção para as filmagens de Jader, o Filho do Pará, Renan, o Filho de Alagoas e para a continuação Sarney 2, o Filho do Amapá.

Nintendo desbanca Sony, Sega e Microsoft

TÓQUIO – Após perdas consecutivas no mercado de jogos eletrônicos, a direção da Nintendo anunciou ontem, em Tóquio, os resultados do terceiro trimestre do ano. Com um lucro de 715 milhões de dólares, a empresa reassumiu a liderança do mercado pela primeira vez em dez anos. “O clima aqui é de pura euforia”, declarou presidente da empresa, Satoru Iwata, que atribuiu o sucesso à capacidade da empresa em identificar novas tendências nos mercados emergentes. Iwata se refere ao novo carro-chefe da Nintendo, o jogo Super José Brothers, lançado em janeiro de 2009. “Com a extraordinária vitalidade dos países Brics, o consumidor do Terceiro Mundo passou a ser mais exigente e não quer mais se identificar com heróis cujas peripécias são ambientadas em países desenvolvidos. Mario e Luigi estavam atrelados a um mundo que está deixando de existir”, disse. O novo jogo da Nintendo tem como cenário o Planalto Central, onde o herói Super José precisa encontrar formas de apoiar os governos de João Goulart, Jânio Quadros, Castelo Branco, Costa e Silva, Médici, Geisel, Figueiredo, Itamar Franco, fhc e Lula, lutando sempr e contra o inimigo oculto, chamado “A Mídia”. “É um jogo que exige inteligência, capacidade de adaptação e muita, muita versatilidade”, declarou Iwata, confessando que jamais conseguiu encontrar um meio de passar de Figueiredo a Tancredo. Da versão original, manteve-se apenas o bigode do exprotagonista Mario. “Aí também seria demais. Herói sem bigode não dá”, explicou Iwata. Para o Natal, a Nintendo já anunciou o lançamento de Super José Daughter e Super José Grandson.

Alexandre Rios.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O Bandido da Luz Vermelha



- Claro que eu vou me destruir. Sozinho é ridículo, a gente não pode fazer nada. Meu negócio era o poder. Quando a gente não pode fazer nada a gente avacalha. Avacalha e se esculhamba. Pra mim, a revolução era o terror mas não é mais. A terceira guerra começou e ninguém tá dando bola!

O Bandido da Luz Vermelha é uma obra-prima. Anárquico, psicodélico, marginal e crítico, hoje eu o considero obrigatório.

Um anão histérico, logo no começo do filme, gritando "O Terceiro Mundo vai explodir, quem tiver de sapato não sobra! Não pode sobrar, não pode sobrar! A solução pro Brasil é o extermínio, é o extermínio total! Eu sou poeta, eu vejo! O TERCEIRO MUNDO VAI EXPLODIR!" é a perfeita representação dessa coisa louca que é o Brasil.

Um faroeste marginal sobre o terceiro mundo neste país que, quando foi proclamada a república, escutou "Viva o imperador!"

Alexandre Rios.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Profissão: Repórter

Por Guilherme Vasconcelos.

Profissão:Repórter inicia-se na África e gira em torno de David Locke, um repórter de uma emissora inglesa encarregado de produzir um documentário sobre a guerrilha do Tchad. Insatisfeito, cansado e frustrado com a mediocridade de sua vida e de sua profissão – um mero observador passivo dos acontecimentos, um homem sempre testemunha e nunca protagonista e com a obrigação utópica de relatar tudo o que presencia com a máxima objetividade – Locke aproveita a morte de seu vizinho de hotel para trocar de identidade e tentar viver uma nova vida, mais livre e excitante do que a anterior.

David Locke, um trocadilho com a palavra lock em inglês para definir “um homem habituado a controlar suas próprias emoções, uma pessoa dificilmente impressionável”, é o repórter que deseja sair da normalidade, que quer participar dos acontecimentos do mundo e não apenas registrá-los, relatá-los e, em um curto espaço de tempo, jogá-los fora (a efemeridade inerente à prática jornalística). Segundo as palavras do próprio diretor do filme, Michelangelo Antonioni, “David Locke, o repórter que muda de identidade, nasceu do desejo de sair para o deserto, para a selva, para onde for possível imaginar uma existência livre e pessoal”.

Profissão: Repórter termina com um longo plano-sequência que dura aproximadamente dez minutos e exigiu onze dias e muito trabalho para ficar pronto. O plano começa quando Locke (Jack Nicholson), agora sob a identidade de Robertson, e sua namorada (Maria Schneider) estão em um quarto de hotel conversando. O quarto, cuja janela é protegida por espessas barras de ferro e dá para uma praça do lado de fora, localiza-se no andar térreo do hotel. Locke fica sozinho, deita-se, acende um cigarro e, lentamente – principalmente para os padrões atuais do cinema hollywoodiano, que incorporou em larga escala a rapidez abrupta da estética dos videoclipes – a câmera percorre o ambiente em direção à janela, atravessa as grades, observa o movimento da praça e do hotel do lado de fora e, por último, retorna à janela, onde se vê a entrada do dono do hotel e de policiais no quarto e logo se percebe que Locke está morto.

Essa triunfal seqüência derradeira tem seu sentido gerado a partir da não-fragmentação do tempo e do espaço e da articulação dos elementos da linguagem cinematográfica. A câmera que foge vagarosamente pela janela é a metáfora da vida do protagonista se esvaindo. Um protagonista que está na cena, mas que não interfere nela, que está no mundo, mas que apenas o observa sem agir. Imprescindível também para a produção de sentidos e para situar o espectador nessa sequência final é a utilização do som e dos ruídos. O som se torna informação essencial, é ele que faz o espectador imaginar o que acontece no quarto enquanto a câmera metaforiza a morte de Locke. É através da associação entre a movimentação apressada dentro e fora do hotel e os ruídos provenientes do quarto que se percebe o que ocorre fora do campo visual.

A segunda morte de Locke – ele já havia morrido na África quando se transformou em Robertson – se assemelha bastante com a fábula do cego que ele próprio havia contado pouco antes: logo depois de recuperar a visão, o cego se suicida diante da violência e da impossibilidade de compreender o mundo

Profissão: Repórter, caracterizado pelo ritmo lento, pelos longos planos e pela desdramatização narrativa – o que se vê aqui é, na verdade, uma anti-narrativa, uma vez que o filme não atinge um clímax propriamente dito e em nenhum momento suscita expectativa e ansiedade no espectador – é a história de um homem que nega a sua profissão e sua vida porque frustrado com a impossibilidade de agir diante dos problemas do mundo. O motivo que leva Locke à África – documentar a guerrilha do Tchad – é tão-somente um pano de fundo para discutir e desenvolver o personagem. Profissão: Repórter trata, sobretudo, da dificuldade de estar em um mundo opressor e de compreendê-lo e modificá-lo. Antonioni filma com excelência essa angústia humana.

Alexandre Rios.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Bones - The Killers



A banda californiana The Killers é uma das melhores desta década, se não a melhor. Não consigo me lembrar de outro grupo que tenha lançado três discos com a qualidade que esses rapazes lançaram nestes dez anos. E como sabem fazer videoclipes! Confiram este, dirigido por Tim Burton e cheio de referências cinematográficas, do disco Sam´s Town (2006).

We took a back road,
we're gonna look at the stars
We took a back road in my car
Down to the ocean,
it's only water and sand
And in the ocean, we'll hold hands
But I don't really like you
Apologetic and dressed in the best
but on a heartbeat glide
Without an answer, the thunder speaks from the sky
And on the cold, wet dirt I cry
And on the cold, wet dirt I cry

Don't you wanna come with me?
Don't you wanna feel my bones on your bones?
It's only natural

Alexandre Rios.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Bastardos Inglórios

Não faltam filmes sobre as desgraças que os judeus passaram nas mãos dos nazistas. Na verdade, são tantos filmes que poderiam até entrar num subgênero específico do cinema, já bastante premiado, diga-se de passagem. Mas há quem considere o tema bastante desgastado e que raramente tem acrescentado algo realmente novo - e em relação a isso eu assino embaixo. Até que surge Quentin Tarantino e nos apresenta uma obra completamente diferente – já que temos aqui um produto fictício que passa bem longe do que ocorreu na Segunda Grande Guerra – que confirma o diretor americano como um dos mais importantes realizadores das duas últimas décadas na cinematografia mundial.

O roteiro de Bastardos Inglórios começou a ser feito no início da carreira de Tarantino, que os críticos em geral consideram como seu ápice criativo – daí vieram seus dois filmes mais importantes, Cães de Aluguel e Pulp Fiction. Finalmente, dez anos depois, surge uma verdadeira obra-prima, já aclamada em todo o mundo como um dos grandes filmes desta década. Aqui, um grupo de judeus americanos, conhecidos como “Os Bastardos” e liderados pelo Tenente Aldo Raine (Brad Pitt) persegue e dá uma lição aos nazistas como nunca antes vista; uma sobrevivente de um massacre Shosanna Dreyfus (a maravilhosa e surpreendente Mélanie Laurent) espera o momento da vingança contra todo o sistema nazista e, mais particularmente, contra o assassino da sua família, o Coronel Hans Landa (Christoph Waltz). Quando um grupo liderado pela atriz alemã Bridget von Hammersmark (Diane Kruger) associa-se aos “Bastardos” para eliminar o alto escalão nazista na França ocupada, as histórias e personagens se encontram, todos convergem em um cinema onde uma história alternativa será escrita pelas mãos habilidosas e mente criativa do diretor estadunidense.

As atuações estão realmente ótimas, a destacar o alemão Christoph Waltz. O ator dá força a um personagem frio, calculista, sarcástico, cruel e muitíssimo inteligente. Hans Landa dá medo, um verdadeiro caçador de judeus – como ele mesmo afirma, diferencia-se dos outros colegas ao se colocar na mente dos ratos fugitivos e naturalmente repugnantes que são os judeus – e Quentin Tarantino utiliza de todas as formas para mostrar a imponência do alemão, principalmente ao maximizar os sons produzidos ao comer e beber.

E o astro Brad Pitt, “no auge da sua iconicidade” como bem disse Quentin Tarantino, mostra mais uma vez que procura escolher os melhores papeis para a sua carreira – um ator bem acima da média e que, como provaram os números de bilheterias, é um belo atrativo para o público. Ao ser indagado sobre do que se tratava Bastardos Inglórios, Pitt definiu o filme com maestria e melhor do que qualquer outra crítica que eu tenho lido por aí: "Inglorious Basterds" é um Tarantino de primeira ordem, porque nada ali é real ou pretende ser real. É como uma alegoria às avessas: em vez de fazer da resistência ao nazismo uma fábula ou um exemplo edificante para a humanidade, Quentin se vinga dos nazistas numa espécie de filme de propaganda para um público que não existiu nem nunca existirá. É uma fantasia de propaganda, vamos dizer assim, porque ele usa dos mesmos métodos que Joseph Goebbels usou em seus filmes. O resultado é comédia total. Quentin bastardiza a história.

Alexandre Rios.

sábado, 10 de outubro de 2009

Top 20 - Elvis Costello´s songs

Aqueles três ou quatro seres que entram aqui no Depois dos Cafés com certa frequência devem ter se deparado com algo sobre o Elvis Costello. Pô, eu amo esse cara. Um dia, num delírio, soltei a seguinte frase: "Elvis Costello is the best Elvis". Tá, exagerei. Mas é aceitável, estava no auge da minha admiração por este inglês que lançou o primeiro disco no ano em que o outro Elvis morreu. Muita coisa na história aconteceu dessa maneira: no ano em que Galileu morreu Newton nasceu, no ano em que Maxwell morreu Einsten nasceu. Exagerei de novo. É porque quando eu começo a ouvir o Elvis Costello tardo a parar.

Mas não estou aqui para falar da minha relação com ele. Minha única intenção neste momento é exibir o Top 20, em ordem cronológica, com as melhores músicas do marido da Diana Krall, desde o primeiro álbum "My Aim Is True", de 1977, até "Imperial Bedroom", de 1982, que eu considero o verdadeiro divisor de águas da sua carreira. Até porque fazer um top sobre toda sua trajetória musical é sacanagem e eu não me sinto preparado para esta árdua tarefa.

1.Alison (My Aim Is True)

2.Blame it on Caim (My Aim Is True)

3.No Dancing (My Aim Is True)

4.Watching the detectives (My Aim Is True)

5.Pump it up (This year´s model)

6.Little Triggers (This year´s model)

7.Hand in Hand (This year´s model)

8.(I don´t want to go to)Chelsea (This year´s model)

9. Radio, Radio (This year´s model)

10. Green Shirt (Armed Forces)

11. (What´s so funny about) Peace, Love and Understanding (Armed Forces)

12.Chemistry Class (Armed Forces)

13.Two Little Hitlers (Armed Forces)

14. Opportunity (Get Happy!!)

15. I Can´t Stand Up For Falling Down (Get Happy!!)

16. Beyond Belief (Imperial Bedroom)

17. Almost Blue (Imperial Bedroom)

18.Shabby Doll (Imperial Bedroom)

19. Man Out of Time (Imperial Bedroom)

20.The Long Honeymoon (Imperial Bedroom)

Alexandre Rios.