Sem contar que alguns tentam ser filósofos, bonzinhos, amigo de todos e ecologistas (está na moda). ‘¬¬
Lucas Caires
Sem contar que alguns tentam ser filósofos, bonzinhos, amigo de todos e ecologistas (está na moda). ‘¬¬
Lucas Caires
Todos estão cansados de saber que eu sou um fã assíduo de Lost, entretanto não tão doido como alguns que se tatuam em homenagem à série. Loucuras à parte quero demonstrar um pouco da emoção que é assistir este seriado e mostrar as vantagens de ver um seriado e não uma novela. Como disse anteriormente, a primeira cena mostra a queda do avião. Um pouco antes desta cena vemos um personagem, teoricamente principal, acordar no meio de um floresta tropical após uma queda de avião; Ele corre ao encontro dos tripulantes e encontra pessoas machucadas e assustadas em meio às ferragens do avião 815 da Oceanic (empresa fictícia de aviação). Cena Inicial (enjoy it). E assim começa o espetáculo.
E então, caro leitor, você me pergunta: qual a vantagem de assistir um seriado se eu tenho novelas todos os dias da semana?
Com um bom seriado o telespectador fica muito mais “viciado”. A cada semana temos um episódio que completa gradativamente algo à história. Por exemplo: muitas vezes (como em novelas) as cenas são cortadas no meio para gerar uma expectativa para o próximo episódio. Entretanto, eles não começam diretamente da última cena. Eles mostram a história com o ângulo em outros personagens. Além disso, o seriado não ganha na quantidade de informações fornecidas, mas sim na qualidade da história. Em Lost há toda uma preparação ao que vai acontecer em outros episódios.
E você me pergunta de novo: as novelas brasileiras também são bem trabalhadas. Para que assistir um seriado?
Em termos técnicos, as novelas brasileiras são bem feitas. Mas descarrega um monte de informações desnecessárias ao telespectador. Cenas completamente inúteis. Num seriado, os diretores e autores têm 45 minutos para prender o indivíduo e formar um história extremamente complexa. Além do mais, eles possuem quase 3 semanas para filmar e editar um episódio (isso que eu chamo de trabalho bem feito). Nós vemos constantemente efeitos visuais
Em novelas os personagens são totalmente planos, sem construção psicológica e , inevitavelmente, com visões maniqueístas (em nenhuma novela personagens desaparecem ou morrem do nada, como acontece em Lost). Lost começou a usar uma técnica, mais utilizada no cinema, em que não temos personagens principais. Aparentemente Jack, o médico, é o líder do grupo de 42 pessoas. Entretanto, os conflitos intra - personagem e inter - personagens tiram a liderança dele. Sem contar que constantemente a mesma história é contada de outro ângulo.
E porque tantos “idiotas” ficam criando teorias sobre uma ilha que tem torre de rádio, gravações de 16 anos e raptadores de criancinhas?
Essa pergunta é feita por pessoas que pegam episódio separados da trama. Lost põe na cabeça do telespectador uma série de perguntas (no momento sem respostas) que prende a atenção do indivíduo. O mistério gerado pelo seriado é tremendo. Também não é para menos. Urso polar aparecendo no meio de floresta... Construções, parecendo bunkers da segunda guerra, no meio de floresta... =S
O seriado dá espaço para diversas interpretações e nem tão cedo os autores vão responder as diversas perguntas que são feitas à cada temporada, pois esta é a graça do seriado.
Outra chave do sucesso de Lost são os flashbacks. Todos os episódio contam um pouco da história do personagem – foco do episódio. E como se isso não bastasse, os personagens se encontram no passado de forma inexplicável, só que não lembram dos míseros segundos de contato. E como se isso não bastasse [2], ainda criaram o flashfoward (flashes do futuro), questionando assim o destino e as escolhas tomadas pelos personagens.
Afinal, quem é Jacob?
Eu teria que explicar todas as temporadas para chegar à essa resposta. Só foi um toque para quem já conhece o seriado. Cada temporada tem um foco. A primeira é a base para construção dos personagens. A segunda tem o foco em outros sobreviventes do vôo. E a terceira nos “outros”, um povo aparentemente nativo da ilha. E a quarta (lançamento em 31 de Janeiro) ... é melhor não contar.
Quem lê esse resumo pensa que a série só fala loucura e baboseiras. Temas como destino, paixão, responsabilidade, fé, confiança ao próximo, coletivismo, perdão, entre outros, são temas tratados em cada episódio. Além de termos toques de filosofia, ciência, psicologia e livros.
Dependendo do ângulo em que é observado, o filósofo americano Sam Harris, de 40 anos, exibe uma desconcertante semelhança física com o ator Ben Stiller, mas seu trabalho nunca está para comédias. Junto com o biólogo inglês Richard Dawkins, autor de Deus, um Delírio, Sam Harris é um dos mais ativos militantes contra as religiões. Em 2005, nos Estados Unidos, ele lançou O Fim da Fé e ficou mais de trinta semanas na lista dos mais vendidos do jornal The New York Times. Neste ano, produziu um novo best-seller com críticas à religião. Com 91 páginas, Carta a uma Nação Cristã, já lançado no Brasil pela Companhia das Letras, é um compêndio em defesa do ateísmo. É redigido com uma linguagem tão cortante e argumentos tão implacáveis que, por vezes, roça o panfletário, mas dá seu recado com clareza absoluta. O filósofo bate em cada um dos pilares da fé e conclui: "A religião agrava e exacerba os conflitos humanos muito mais do que o tribalismo, o racismo ou a política". Ele deu a seguinte entrevista:
O movimento dos ateus é forte nos Estados Unidos e na Inglaterra, principalmente. É uma decorrência dos atentados de 11 de setembro de 2001?
Vejo dois motivos simultâneos para essa confluência geográfica: os atentados de 11 de setembro e a escancarada religiosidade do governo de George W. Bush. A conjunção desses dois fatores levou muitas pessoas a se preocupar com o fato de que a fé está agora dos dois lados do balcão. Esse é um jogo altamente perigoso.
Por quê?
A fé é, intrinsecamente, um elemento que, em vez de unir, divide. A única coisa que leva os seres humanos a cooperar uns com os outros de modo desprendido é nossa prontidão para termos nossas crenças e comportamentos modificados pela via do diálogo. A fé interdita o diálogo, faz com que as crenças de uma pessoa se tornem impermeáveis a novos argumentos, novas evidências. A fé até pode ser benigna no nível pessoal. Mas, no plano coletivo, quando se trata de governos capazes de fazer guerras ou desenvolver políticas públicas, a fé é um desastre absoluto.
O senhor acha que o mundo seria melhor sem religião, sem fé, sem crença em Deus?
Seria melhor se não houvesse mentiras. A religião é construída, e num grau notável, sobre mentiras. Não me refiro aos espetáculos de hipocrisia, como quando um pastor evangélico é flagrado com um garoto de programa ou metanfetamina, ou ambos. Refiro-me à falência sistemática da maioria dos crentes em admitir que as alegações básicas para sua fé são profundamente suspeitas. É mamãe dizendo que vovó morreu e foi para o céu, mas mamãe não sabe. A verdade é que mamãe está mentindo, para si própria e para seus filhos, e a maioria de nós encara tal comportamento como se fosse perfeitamente normal. Em vez de ensinarmos as crianças a lidar com o sofrimento e ser felizes apesar da realidade da morte, optamos por alimentar seu poder de se iludir e se enganar.
É possível conciliar ciência e religião?
A diferença entre ciência e religião é a diferença entre ter bons ou maus motivos para acreditar nas hipóteses sobre o mundo. Se houvesse boas razões para crer que Jesus nasceu de uma virgem ou que voltará à Terra, tais proposições fariam parte de nossa visão racional e científica do mundo. Mas, como não há boas razões para acreditar nisso, quem o faz está em franco conflito com a ciência. É claro que as pessoas sempre acham um modo de mentir para elas mesmas e para os outros. A estratégia, nesse caso, é dizer que tal crença decorre da fé. Com freqüência, ouvimos dizer que não há conflito entre razão e fé. É o mesmo que dizer que não há conflito entre fingir saber e realmente saber. Ou que não há conflito entre auto-engano e honestidade intelectual.
Haverá o dia em que a humanidade deixará de ter fé ou a fé faz parte da natureza humana?
O desejo de compreender o que se passa no mundo é inato, assim como o desejo de ser feliz, de estar cercado por pessoas que amamos ou o desejo de ser mais feliz, mais carinhoso, mais ético no futuro. Mas nada disso nos obriga a mentir para nós mesmos, ou para nossos filhos, a respeito da natureza do universo. É claro que nossa compreensão do universo é incompleta e desconhecemos a extensão exata de nossa ignorância. Não temos como antecipar as maravilhosas descobertas que serão feitas. O que sabemos com absoluta certeza, aqui e agora, é que nem a Bíblia nem o Corão trazem nossa melhor compreensão do universo.
Mas nem a Bíblia nem o Corão se pretendem um manual científico para entender o mundo?
Esses livros não são sequer um guia sobre moralidade que possamos considerar minimamente adequado, e falo de moralidade porque é um campo em que ambos se consideram exemplares. A Bíblia e o Corão, por exemplo, aceitam a escravidão. Qualquer um que os considere guias morais deve ser a favor da escravidão. Não há uma única linha no Novo Testamento que denuncie a iniqüidade da escravidão. São Paulo até aconselha aos escravos que sirvam bem aos seus senhores e sirvam especialmente bem aos seus senhores cristãos. É desnecessário dizer que a Bíblia e o Corão, além de não servir como guias em termos de moralidade, também não são autoridade em física, astronomia ou economia.
Que tipo de impacto seu livro pode ter sobre os leitores religiosos?
Eu ficaria feliz se o livro levasse os leitores a se perguntar por que, em pleno século XXI, ainda aplaudimos pessoas que fingem saber o que elas manifestamente não sabem nem podem saber. Não há uma única pessoa viva que saiba se Jesus era filho de Deus ou se nasceu de uma virgem. Na verdade, não há uma pessoa viva que saiba se o Jesus histórico tinha barba. No entanto, em muitos países é uma necessidade política simular que sabemos coisas sobre Deus, sobre Jesus, sobre a origem divina da Bíblia. Imagino que qualquer pessoa religiosa que leia Carta a uma Nação Cristã com a cabeça aberta descobrirá que os argumentos usados contra a fé religiosa são absolutamente irrespondíveis. Isso deve ter algum efeito sobre o modo de ver o mundo dos leitores. Eles certamente vão perceber que ser um cristão devotado faz tanto sentido quanto ser um muçulmano devotado, que, por sua vez, é tão lógico quanto ser um adorador de Poseidon, o deus do mar na Grécia antiga. É hora de falarmos sobre a felicidade humana e nossa disponibilidade para experiências espirituais na linguagem da ciência do século XXI, deixando a mitologia para trás.
O Brasil é um país aparentemente tolerante com as diferentes religiões e conhecido pelo sincretismo religioso. Num país assim, é mais fácil ou mais difícil para o ateísmo crescer?
Em certo sentido, deve ser mais fácil. O convívio intenso de crenças inconciliáveis deve levar as pessoas a compreender que tais crenças são produtos de acidentes históricos, são contingenciais, são criadas pelo homem e, portanto, não são o que pregam ser. Judeus e cristãos não podem estar ambos certos porque o núcleo de suas crenças é contraditório. Na verdade, eles estão equivocados sobre muitas coisas, exatamente como estavam antes os adoradores dos deuses egípcios ou gregos. Ou os adoradores de milhares de deuses que morreram durante a longa e escura noite da superstição e da ignorância humana. Em qualquer lugar que os seres humanos façam um esforço honesto para chegar à verdade, nosso discurso transcende o sectarismo religioso. Não há física cristã, álgebra muçulmana. No futuro, não haverá nada como espiritualidade muçulmana ou ética cristã. Se há verdades espirituais ou éticas a ser descobertas, e tenho certeza de que há, elas vão transcender os acidentes culturais e as localizações geográficas. Falando honestamente, esse é o único fundamento sobre o qual podemos erguer uma civilização verdadeiramente global.
Alexandre Rios.
Eu assisti, há pouco tempo, as quatro partes do documentário feito pela BBC em 1993 sobre a rede Globo (Muito além do Cidadão Kane). Apesar da idade, 15 anos, o documentário é extremamente atual, quando se diz respeito à falta de decoro da Globo nesses seus anos de existência. Todos nós sabemos que a TV Globo foi fundada no regime militar, ou seja, teve sua concessão cedida pelo regime. Em pouco tempo de existência se tornou a maior do Brasil e não demorou muito para chegar à posição de maior da América Latina (daí se tira o poder de influência no senso comum do brasileiro). Entretanto, ela não fez jus a sua grandeza e atuou como um dos braços que ajudaram na permanência do regime militar. Fez isso através de exaltações ao governo e omissões de fatos importantes, como por exemplo, manifestações do movimento sindical e estudantil. O reflexo disso foi o controle da maioria da população pelo regime através da idéia de que tudo está indo bem. A desculpa que foi dada para explicar essa omissão foi a censura... Acredita nisso quem quiser.
A Globo, hoje, é um dos maiores exemplos de imprensa comercial. Pense comigo: se a Globo é financiada pelas grandes empresas você acha que ela, de alguma forma, as prejudicaria? Claro que não!! (a lógica da imprensa comercial é essa) Por isso, eu recomendo não se limitar a acompanhar apenas a imprensa comercial (Globo e Veja, por exemplo), pois, caso contrário, você será “vítima” de notícias, muitas vezes, tendenciosas e incompletas, o caso Chávez é um exemplo disso. Portanto, a meu ver, é importante procurar diversificar suas fontes de informação através de revistas e emissoras “alternativas”, já que assim, você analisa os fatos por vários pontos de vistas e...
Para finalizar, eu quero dizer que eu seria um idiota se não reconhecesse a importância da Globo não só no Brasil, mas também, no mundo todo. Ela "apenas" faz o jogo, ou seja, o problema não é só com ela, mas também com jogo.
O link no youtube do documentário: http://br.youtube.com/watch?v=JA9bPyd1RKQ
Não se esqueça que são 4 partes.
Marcos Alves