domingo, 29 de junho de 2008

Wall-E

A Disney sempre fez parte da infância de muita gente. Eu, por exemplo, sempre fui fascinado pelas animações clássicas da produtora, tendo visto algumas inúmeras vezes. Na época – década de 90 – as animações computadorizadas se tornaram viáveis, o que acabou substituindo as animações desenhadas, as minhas preferidas, insuperáveis, em minha opinião. Porém, o novo lançamento da Disney, Wall-E, o coloca no mesmo patamar das animações clássicas, superando, inclusive, algumas. Há muito tempo não somos contemplados com um personagem tão cativante como o protagonista do filme em questão, que mistura humor, romance, mensagens humanitárias (através de robôs) e aventura na dose certa.

Antes de o filme começar, a Pixar nos presenteia, como de costume, um curta-metragem. A história de um coelho faminto e um mágico que se esqueceu de o alimentar faz de Presto um curta hilário e marcante, preparando os telespectadores para o que vem a seguir. Em Wall-E, um planeta Terra decadente e castigado pelas ações humanas, essas mesmas que fazemos hoje, nos é apresentado. O robô protagonista tem a função de limpar o lixo depositado no planeta. Ele, na verdade, é o último que foi programado para esta função a habitar a Terra teoricamente inabitável pelos humanos. Solitário. Com baratas, é claro.

Aos poucos, Wall-E começa a desenvolver sentimentos inusitados, com ações humanizadas. A carência afetiva é a marca do solitário robô, que espera por um semelhante. Logo depois, EVA nos é apresentada. Ela é um robô programado pelos humanos, todos vagando pelo espaço, para procurar vestígios de vida da Terra, com o objetivo de tornar viável a volta das pessoas para o planeta. Wall-E se apaixona, então, por EVA, desenvolvendo uma amizade que é apenas o início da saga, que irá mudar a história da humanidade quando EVA encontra uma planta e é mandada de volta para o espaço. E Wall-E pega carona na aventura.

A visão futurista do filme é realmente assustadora, com seres humanos obesos, consumistas e preguiçosos em uma rotina alienante e perturbadora. A participação das máquinas nas relações humanas as transforma em algo superficial, com artificialismos constantes, algo parecido com o que vemos hoje. Na verdade, as máquinas passam a ditar as decisões humanas, frutos da ignorância absurda, da falta de ação. Então, são os robôs protagonistas – humanizados – que irão libertar as pessoas – robotizadas – do ócio, conseqüência de uma suposta evolução que, na verdade, transformou-se em um grande retrocesso.

Todas as cenas do filme são impecáveis tecnicamente. Mas não é só isso. Mensagens realmente construtivas acompanham cenas, algumas antológicas. Uma delas, por exemplo, faz referência ao clássico 2001 – Uma Odisséia no Espaço, de Stanley Kubrick, com a trilha Also Sprach Zarathustra no volume máximo, como deve sempre estar de tão bela. Nela, um ser humano realiza um feito impossível para nossos representantes do futuro... andar! Sim, se em 2001, nossos ancestrais primatas passam a segurar ossos e descobrem como aliar inteligência e força para, assim, dominar o planeta, em Wall-E o simples fato de andar representa o auge da força humana, representando a volta das verdadeiras origens, teoricamente primitivas, mas essenciais para a reconstrução da essência humana corrompida, ironicamente, pelos avanços tecnológicos.

Resumindo, Wall-E é um daqueles filmes que todos devemos mostrar para nossos filhos. Ou seja, é um clássico instantâneo.

Alexandre Rios.

2 comentários:

Anônimo disse...

Realmente um filme cativante e com o estilo dos antigos clássicos da Disney: mensagens ingênuas e construtivas com o toque do romantismo e delicadeza.
O que mais me impressionou foi a humanização dos personagens robôs e a robotização dos personagens humanos. E claro, mais uma vez, o filme explora o melhor que há de melhor de interface gráfica.

bol625 disse...

Xandao, vc me inspirou a assistir o filme, heheh.
So me esclareça uma coisa... qual eh o classico da disney que vc gostar?