sábado, 19 de julho de 2008

Quem odeia o Robert Rodriguez?

Hoje, enquanto fuçava pela internet, uma pergunta súbita me veio em mente. Por que diabos o Robert Rodriguez é um diretor cultuado, cotado no cinema americano, endeusado por alguns, maneiro, bacana, cool? O que ele fez pra isso, afinal?

Bom, analisando sua filmografia encontrei uma resposta: ele é amigo do
Quentin Tarantino. É isso. Só pode ser. Porque um cara que dirigiu filmes como a trilogia ‘Pequenos Espiões’, ‘As aventuras de Sharkboy e Lavagirl em 3-D’ e ’A Balada do Pistoleiro’ não pode ser levado a sério. Não pode, é muita injustiça!

Há um tempo atrás me interessei por esse diretor-cowboy meio mexicano, meio americano. Aluguei
‘El Mariachi’, vencedor de alguns prêmios no Festival de Sundance, filme que o lançou à indústria do cinema em 1992. Parecia ser interessante. E era mesmo em boa parte do filme. A história de um simples mariachi confundido por membros de uma gangue local foi até bem contada com os míseros 7 mil dólares arrecadados para a produção. O filme tinha certos toques experimentais, tinha agilidade, humor negro, só. No final das contas, não passou de um filme bom tendo em vista o baixo orçamento destinado.

Decidi, então, ver a refilmagem de ‘El Mariachi’ em uma versão hollywoodiana, com o nome
'A Balada do Pistoleiro'. Antonio Banderas, ator pelo qual tenho certa aversão, ficou com o papel principal. Outros nomes como Salma Hayek e Stevi Buscemi – o único ponto realmente interessante do filme – e Quentin Tarantino, ele mesmo, fazem parte do elenco de um filme medíocre, horroroso. Foi constrangedor gastar quase duas horas de uma vida assistindo a um monte de clichês, bobagens, tiros sem sentido e cenas dignas de novelas mexicanas. Decepção total.

Pra completar a trilogia – e o besteirol -, veio
‘Era uma vez no México’. Outro filme ridículo. No elenco, temos Johnny Depp e nomes como... Enrique Iglesias! – dá pra acreditar? No final das contas, outra perda de tempo. Só pra constar, não vi os filmes infantis que ele dirigiu. E, bom, não precisa vê-los para afirmar: são horríveis, descartáveis, chatos, trash´s. O famoso “não vi e não gostei”.

Em 2007, ele e o amigão Quentin Tarantino produziram
‘Grindhouse’, um “dois filmes em um” bastante criativo, sim. Robert ficou encarregado de dirigir um filme sobre zumbis, com aquela típica história de um vírus que transforma as pessoas em mortos-vivos, causando uma epidemia na cidade, com sangue e humor negro por toda parte. No final das contas, não é um filme pra ser levado a sério, não passa de uma sátira e homenagem a esse gênero que já faz parte da cultura americana. O ponto positivo é o fato de não ser um filme pretensioso, sendo completamente descartável e, também, aceitável.

Pra não ser injusto com o cowboy, citarei a “obra-prima” do Robert Rodriguez:
Sin City. Esse filme é bom, muito bom. A fotografia, ambientização, a construção dos personagens, o humor negro, as grandes interpretações e a trilha sonora belíssima fazem do filme uma grande adaptação da história de Frank Miller, que o co-dirigiu. Esse filme me impressionou, admito. Mas ainda vejo o Robert Rodriguez com um pé atrás. Por quê?

Porque ele é, no final das contas, o “amigo do Quentin Tarantino”. Não há como não notar a influência do Tarantino, esse habilidoso diretor, no Rodriguez. Mas o Robert Rodriguez não merece ser cultuado como tem sido, como o Taratino é. Porque ele não dirigiu “Cães de Aluguel” e “Pulp Fiction”. Resumindo, ele é o Quentin Tarantino com chapéu de cowboy. Ou seja, um grande babaca com um ótimo filme no currículo e com muita, muita sorte.

Alexandre Rios.

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