quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Caro Francis - Trailer oficial



[...] Ocorre algo curioso, neste momento, na carreira do diretor Nelson Hoineff - que, originalmente, também é jornalista. Hoineff tem dois filmes prontos, um sobre Chacrinha, Alô, Alô Teresinha, e o outro, Caro Francis. Nenhum deles é rigorosamente biográfico. São mais interpretativos. "O do Chacrinha demorou mais para ser feito do que eu esperava. O do Francis, ficou pronto mais rapidamente." Alô, Alô Teresinha ganhou quatro prêmios no Cine PE - Festival do Recife, incluindo melhor filme para os júris oficial e popular. Caro Francis vai a Paulínia. Mais importante - ambos são filmes sobre transgressores, que marcaram a história da comunicação no País. Chacrinha jogava bacalhau no público e expunha a miséria cultural brasileira na TV, transgredindo em pleno regime militar. Impulsionou as carreiras de Roberto Carlos, Fábio Jr., Agnaldo Timóteo e outros, mas sua buzina ainda ressoa hoje, 30 anos depois, nos ouvidos dos calouros a quem desclassificou.

Nada mais diferente de Chacrinha do que Paulo Francis. Nada...? Paulo Francis não jogava bacalhau no público, mas seus textos falados ou expressos continham outro tipo de provocação. Na abertura do documentário, quando a câmera está sendo montada, ele diz que seu objetivo é mostrar que um filmezinho doméstico pode ser mais bem-feito do que todo o cinema brasileiro. Provocação pura. Alô, Alô Teresinha tem estreia apontada para 30 de outubro. Caro Francis ia estrear antes, em agosto, mas agora o Festival do Rio e a Mostra de São Paulo querem o filme e a estreia vai ser jogada para adiante. Retratos de dois provocadores, duas provocações de Nelson Hoineff. Paulo Francis morreu de infarto em fevereiro de 1997. Era colunista do Estado e tinha opinião sobre tudo. A partir de amanhã, em Paulínia, muito será dito sobre seu legado.


Como pode ser conferido no trailer, o documentário venceu em Paulínia, no júri popular. É, é o terceiro vídeo que posto a respeito.

Thales Azevedo.

Nenhum comentário: