sábado, 16 de fevereiro de 2008

Cloverfield - Monstro


Antes da sua estréia, Cloverfield já possuía alguns atrativos interessantes, ainda que pouco conhecidos pelo grande público. Um grupo, porém, sabia muito bem do que se tratava o filme e de quem estava por trás dele. Esse grupo é, antes de tudo, altamente ativo. E no maior meio existente, meio sem limites, que não pode ser tocado nem sentido, mas altamente manipulável e influenciável. A maior campanha de marketing do filme estava indiretamente na mão de jovens freqüentadores assíduos da internet, que divulgavam vídeos e faziam questionamentos sobre o que seria a tal criatura do filme. Essa divulgação deu certo. Em três dias, o filme faturou US$ 46 milhões nos EUA, US$ 16 milhões a mais do que seu custo de produção. Porém, um nome foi fundamental para que esses jovens “produzissem” o filme. Esse nome é J.J.Abrams, mais conhecido por produzir séries televisas de sucesso, como os fenômenos ‘Alias’ e ‘Lost’. E os jovens o vangloriam, conhecem sua criatividade que é, sem dúvidas, acima da média. O cara é bom. E Cloverfield prova isso.

O filme possui uma fórmula quase inédita. Ele é todo filmado em primeira pessoa, de forma amadora, com imagens distorcidas. Esse ângulo já foi explorado em ‘A Bruxa de Blair’, mas não deixa de ser original. Aqui, a história se torna muito mais assustadora. O roteiro nos coloca na cidade mais importante do mundo, aparentemente indestrutível, uma fortaleza auto-suficiente, mas que se torna altamente vulnerável por alguma coisa, que ninguém sabe ao certo o que é, e esse é o ponto forte do filme, a base de tudo.

A história é simples. Um grupo de jovens nova-iorquinos promove uma festa de despedida para um amigo, Rob Hawkins (Michael Stahl-David), recém-promovido a um cargo importante em uma empresa situada no Japão. Porém, a festa é interrompida por misteriosas explosões em Manhattan. Enquanto isso, o melhor amigo de Rob, Hud Platt (T.J. Miller), que filmava a ocasião festiva, decide continuar com a câmera na mão. E é por essa câmera que vimos todo o filme. Quando a cabeça da Estátua da Liberdade é arremessada violentamente, a situação deixa de ser somente curiosa e passa a ser desesperadora. A regra é sobreviver de uma ameaça desconhecida.
Run, run, run!

Em tempos de globalização, onde as informações são rápidas como a luz, a falta delas é um dos principais objetos de tensão do filme. Uma multidão desesperada foge de algo, mas não sabe ao certo o que é. E o público é, competentemente, guiado com essa multidão. Quando menos se espera, já estamos na história. Estamos correndo também, ficamos com medo de qualquer barulho ou movimento que pareça estranho, temos medo de perder um companheiro nessa saga alucinante e, aos poucos, conhecemos o inimigo, aquele que provocou todo o caos. E ele assusta.

Essa interação deve-se à segura direção do pouco conhecido Matt Reeves, que torna tudo bizarramente real. Além disso, a falta de atores consagrados permite que nos identifiquemos com os personagens e esqueçamos em certos momentos que presenciamos uma ficção.

O filme teve opiniões diversas. Talvez o público ainda não esteja acostumado a novas fórmulas, novos ângulos. O filme, obviamente, tem seus defeitos. Ele perde o ritmo em determinados momentos, cai em alguns clichês comuns em películas hollywoodianas. Apesar de tudo, o filme pretende ser apenas uma diversão, uma alternativa diferente de entretenimento que merece ser vista e que pode, sim, ser a pioneira de uma nova tendência para filmes do gênero.

Alexandre Rios.

Um comentário:

Eduardo Fernandes disse...

Fiquei com vontade de ver o filme!!!!!!

parece ser muito bom.. xd

Flwww