quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

O - ainda eterno - dia seguinte


Estudos indicam que bilhões de reais deixaram de escorrer pelo ralo da sonegação em função da CPMF; a suspensão da arrecadação da CPMF retira cerca de 40 bilhões de reais que seriam drenados para a área da saúde, somente em 2008 (por volta de 160 bilhões nos próximos quatro anos), com a agravante de comprometer o repasse dos 29 bilhões de reais vinculados à *emenda 29.


Pois bem, quem ressarcirá a sociedade brasileira deste confisco às avessas? Quem será responsabilizado pela perpetuação do caos na área da saúde pública? Estes miseráveis que votaram contra a CPMF terão a cara-de-pau de criticar o sistema de saúde pública deste país? Bem que esta matéria mereceria uma CSI (Comissão Social de Inquérito)!


Não tendo respostas para as perguntas precedentes, só temos a afirmar duas coisas: primeiro, os que votaram contra a CPMF são da mesma linhagem daqueles que promoveram e apoiaram o golpe militar [de 1964] – se estivessem no Chile, participariam do golpe contra Salvador Allende e o povo deste país, ‘sem dó nem piedade’!; Se fizessem parte do Conselho de Segurança da ONU apoiariam solenemente a bárbara e desumana invasão do Iraque; se estivessem recentemente na Venezuela, marchariam com o golpista Pedro Carmona, a fascista RCTV e a famigerada CIA.


Os que votaram contra a CPMF (re)conhecem o valor da saúde [pública] apenas nos palanques ordinários da politicagem abjeta e nos bilhetinhos sórdidos representativos do “atenda, pra eu ganhar meu voto”! (o que explica o tal de ‘Mão Santa’ ser senador da República? Ainda que no Brasil não tenhamos um baita senado [longe disto], como disse, com muita propriedade, o digníssimo Pedro Simon). Segundo, os que votaram contra a CPMF referendariam o AI-5, sem o menor constrangimento. Ao contrário, com muito prazer, celeridade e solicitude. Os que votaram contra o Brasil, atentando contra o governo popular do presidente Lula, são da mesma linhagem dos que de forma inveterada lutaram e lutam contra os avanços democráticos e sociais, arautos e protagonistas do atraso e da barbárie (in)civilizatória.

Os que, sob a atual conjuntura, votaram contra a CPMF são, simplesmente, da mesma – nefanda – linhagem!

*Fixa os percentuais mínimos a serem investidos anualmente em saúde pela União, por estados e municípios. A emenda obrigou a União a investir em saúde, em 2000, 5% a mais do que havia investido no ano anterior e determinou que nos anos seguintes esse valor fosse corrigido pela variação nominal do PIB. Os estados ficaram obrigados a aplicar 12% da arrecadação de impostos, e os municípios, 15%. Trata-se de uma regra transitória, que deveria ter vigorado até 2004, mas que continua em vigor por falta de uma lei complementar que regulamente a emenda.



Alexandre Rios e Messias Macedo.

...Pensando no Brasil e no seu povo, e não nos seus respectivos umbigos!

2 comentários:

Depois dos Cafés disse...

"os que votaram contra a CPMF são da mesma linhagem daqueles que promoveram e apoiaram o golpe militar [de 1964] – se estivessem no Chile, participariam do golpe contra Salvador Allende e o povo deste país, ‘sem dó nem piedade’!; Se fizessem parte do Conselho de Segurança da ONU apoiariam solenemente a bárbara e desumana invasão do Iraque"

Opa! Que democracia é essa que se defende, onde não se respeita o direito à oposição e nem o interesse nacional?

Seria também a maior parte da população brasileira, que se declarou contrária à prorrogação do imposto, pertencente à "nefanda linhagem"?

Anotem aí. Viveremos o período: “O que você estava fazendo em 1964 e 1968, hein?”

Dito e certo.

Thales.

Anônimo disse...

Antes de tudo, devemos respeitar as opiniões contrárias, sejam qual for.

"Posso não concordar com uma só palavra sua, mas defenderei até a morte seu direito de dizê-la." Voltaire

A discussão está boa!! vamo q vamo!