sexta-feira, 28 de março de 2008

Sobre a China


Em Fevereiro, estive por 10 dias em Pequim. Na volta, com as primeiras conversas com colegas e amigos, percebe-se o óbvio. Nem tudo que se diz sobre a China é verdade. A poluição de Pequim não é diferente nem mais ameaçadora que a de várias cidades brasileiras, como São Paulo, por exemplo.

Mas, tem sempre um mas, qualquer tarefa de discernimento dos fatos é pulverizada por um detalhe importante: não existe liberdade de informação na China. Assim, cai por terra sempre qualquer tentativa de interação com o banco de dados chinês para poder comprovar os fatos.

Naquele país tudo é controlado, infantilmente diga-se, pelo governo que só tem um partido político. Infantilmente, pois os caras agem como se ninguém fosse um dia perceber e denunciar isso. Enquanto a maioria absoluta do mais de um bilhão de chineses não conseguem ler ou entender inglês, ninguém vai notar que está navegando numa internet à parte. Onde é impossível acessar, por exemplo, a BBC de Londres ou a Wikipedia. Isso não deve durar muito, evidentemente.


No dia 8 de Agosto, quando os Jogos Olímpicos se iniciarem, 10 mil jornalistas e meio milhão de turistas estarão pelas ruas de Pequim. Como irão os chineses tapar esse sol com a peneira?

Texto retirado do blog do Marcelo Tas.

Nota: Na última terça-feira, dia 25 de março, o Estado chinês voltou a liberar o acesso aos sites do Youtube e da BBC. Clique aqui para ler a notícia.

Alexandre Rios.

4 comentários:

Anônimo disse...

É esse o país que alguns "esquerdistas" (se é que ainda existem alguns deles) enchem a boca e diz: "a futura substituta do Tio Sam". Sinceramente, tenho medo dessa mudança. Estados Unidos, com todo histórico de estabilidade econômica e grande experiência no mercado financeiro, depara-se com uma crise momentânea, chamada "recessão", e possui dificuldades em retomar o seu ritmo. Imagine um país em que boa parte da população ainda é analfabeta e possui baixo poder de compra (falo do Oeste chinês), quais seriam os estragos?

China ainda tem algumas dessas "recessões" para enfrentar e testar seu potencial econômico a nível mundial.

Guilherme Vasconcelos disse...

Esse é o país que a Veja vive exaltando. É dragão chinês pra cá, é milagre econômico chinês pra lá, é "boom" capitalista acolá.

Ah, e não me consta que a Veja seja um veículo de esquerda, se é que aquilo lá pode ser chamada de veículo de comunicação. Antes, é um veículo de deturpação. Jornalismo para Veja é um mero detalhe. Eles primeiro insultam, deturpam, difamam, ultrajam e, se sobrar um espaço, fazem jornalismo. E o irônico é que quem lê esse pasquim é o nosso farol da modernidade, é nossa classe média dita "culta", letrada e (de)formadora de opinião.

A leitura do dossiê Veja escrito por Luis Nassif e disponível no seu blog seria assaz esclarecedora. Sugiro que publiquem, um por um, os capítulos dessa saga suicida. É uma ótima aula de como não se fazer jornalismo.

Anônimo disse...

Agora o crescimento da China virou invenção do PIG.

Dancer disse...

china... não sabia isso sobre ela

to muito espantado com o q acabei de ler poh!