quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Existência ou inexistência, eis a questão


Por vários motivos nos sentimos angustiados e temerosos mas, certamente, a morte é o que mais desperta tais sentimentos. Morrer é, em uma abordagem científica, uma etapa da evolução, seleção dos mais aptos, ou seja, morremos naturalmente quando não somos mais capazes de viver, fechando o ciclo do nascer, reproduzir e morrer. Doenças e velhice são características que definem essa incapacidade. Entretanto, o homem nunca aceitou uma abordagem tão simples para o fim da vida, talvez por medo, ou até mesmo por egocentrismo. Daí surgem teorias como a ressurreição e reencarnação, que é bastante difundida no espiritismo.

Pensar no que vem depois da morte me dá um vazio, perco o chão. Não consigo me imaginar sem pensar, perdido na inexistência, pois o pensar é o fator fundamental para viver, de acordo com René Descartes em sua conclusão: “Penso, logo existo”, que eu concordo plenamente. Então, a morte seria a ausência do pensar, seria uma extrema solidão, um sonho negro sem fim.


Muitas vezes nos esquecemos que a nossa vida terá um fim, vivemos como se fôssemos eternos, acumulando riquezas e mais riquezas materiais, e pior, colocando essa busca em foco. O principal problema disso é esquecer que existe a necessidade de aproveitar a vida, que até onde eu sei é única. Conhecer o mundo, ler sobre diversos assuntos, escrever, músicas, filmes, ou seja, curtir o que é “belo”. Isso é viver! Não sou hipócrita ao ponto de dizer que não pretendo ter uma fortuna material, mas defendo a infinita importância de se valorizar o que podemos realmente produzir para a eternidade, o conhecimento.


A vida é bastante frágil e incerta, não temos previsão alguma de como será o amanhã, poderemos continuar ou não. Mas, a meu ver, isso que dá a “graça”, que transforma a vida em algo tão valioso e prazeroso e que nos faz temer o seu fim. Portanto, continuemos a jogar o jogo da vida e deixemos o vazio apenas para o fim.


Marcos O. C. Alves.

2 comentários:

Anônimo disse...

Engraçado, leio esse texto após muitas reflexões sobre o que vem após a morte. Sem dúvidas, esta questão é angustiante demais simplesmente porque não há respostas. Um completo mistério.

Às vezes eu sou um comleto ateu. Outras vezes, prefiro acreditar que há algo a mais do que o lado científico, talvez pra me confortar... Até porque muitos fenômenos "do além" não foram explicados pela ciência e, provavelmente, nunca serão.

Talvez exista destino, por que não? Talvez exista Deus ou alguma força superior. Quem sou eu para duvidar? O que eu sei é que a vida é cheia de simbolismos. O relógio da minha avó parou de funcionar no exato dia em que meu avô morreu.

Anônimo disse...

Parabéns pelo texto. Leio frequentemente este blog principalmente pelos assuntos interessantes e pela maturidade de todos vocês.